Ansiedade e suas consequências psicológicas e físicas (Parte II)

No informativo anterior (Parte I) relatamos de forma geral sobre algumas nuances da ansiedade. No de hoje iremos abordar sobre os tipos de ansiedade, sinais e sintomas, para que os leitores possam ser ajudados e procurar atendimento especializado.

A ansiedade pode se manifestar de diversas formas e isso ocorre devido a vários fatores. No texto “Parte I” falamos rapidamente da “ansiedade positiva” e, vale ressaltar novamente sobre isso, posto que, nem todo tipo de ansiedade é considerada como uma doença (patologia).

A ansiedade positiva por exemplo, é uma importante “ferramenta de defesa e progresso”, onde pode ajudar a pessoa a superar alguns obstáculos e mesmo, galgar melhorias na vida profissional. Esse tipo de ansiedade surge como forma de reação e adaptação ao que vai acontecendo na vida da pessoa. No entanto, nestes casos, os sintomas são leves e motivam a pessoa a agir positivamente.

Já na ansiedade patológica (doença) os sintomas são severos e vão evoluindo prejudicando a qualidade de vida da pessoa, se tornando frequentes e mesmo incontroláveis. Como consequência levam a um mal-estar significativo e generalizado (mente e corpo físico), dando origem a outras patologias como a Perturbação de Ansiedade de Separação, Mutismo Seletivo, Fobias, Ataques de Pânico, Perturbação de Ansiedade Generalizada, Perturbações Obsessivas Compulsivas ou Perturbações Relacionadas com o Trauma e Fatores de Estresse, como por exemplo a Perturbação de Estresse Pós Traumático). Cada uma destas patologias (doenças) possui características específicas, por isso o diagnóstico deve ser realizado por um profissional da Psicologia.

Importante ficarmos atentos aos sinais e sintomas que a ansiedade patológica desencadeia no organismo. Para melhor compreensão dividiremos em quatro tipos de reações:

1 – Nas reações físicas destacamos a taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), hipertensão (pressão alta), contrações gástricas (sensação de aperto no estômago), dificuldades respiratórias (falta de ar), boca seca, sudorese (transpiração excessiva), náuseas e mesmo vômitos, diarreia, dor de cabeça (cefaleia), ação de aumento de temperatura (hipertermia ou “febre acufenos (zumbido ou tinido nos ouvidos) vertigens, tonturas, dores nas costas (geralmente na base do pescoço), bexiga hiperativa (distúrbio neuromuscular que provoca uma vontade instantânea e incontrolável em urinar), psoríase (doença crônica de pele), alopecia (queda acentuada de cabelos), perda ou aumento de apetite, perda ou aumento de peso, nas mulheres pode ocorrer alterações no ciclo menstrual, unhas quebradiças (fracas), dentre outros.

2 – Nas reações comportamentais aparecem os tremores no corpo, bloqueio ou paralisação diante de situações em que comumente uma pessoa reagiria, constante estado de alerta, irritabilidade, tensão nos maxilares (a pessoa pode ficar pressionando as arcadas dentárias uma contra a outra), alterações do tom de voz, hiperatividade motora tipo caminhar de um lado para o outro, roer as unhas, etc..

3 – Nas reações cognitivas (alteração no modo de como a pessoa processa as informações) podemos destacar a preocupação excessiva, chegando a ao ponto da obsessão, pensamentos intrusivos negativos, dificuldades de atenção e concentração, insônia, alterações de memória, vontade inexplicável de chorar; focar com insistência em coisas negativas (pessimismo generalizado), dentre outros.

4 – Nas reações sociais ocorre dificuldades em iniciar ou manter uma conversação (geralmente a pessoa se fecha e pouco fala). Outra dificuldade verificada é a incapacidade em dizer “não” ou até em demonstrar discordância sobre algum fato, uma preocupação excessiva com a opinião de terceiros, ficar tentando passar despercebida, etc..

O alerta que daremos é que quanto mais sintomas a pessoa apresentar, maior for a frequência destes e com que intensidade ocorrem, mais grave é o problema, o que pode também a levar a quadros graves no desencadeamento de outras doenças associadas, tanto a nível físico como psicológico.

Nestes casos a decisão mais assertiva é buscar ajuda de profissional da Psicologia o mais rápido possível. O tempo de resposta deve ser o mínimo possível, para que o profissional possa iniciar as técnicas e mesmo, encaminhar ao Psiquiatra quando assim o caso requerer.