Roraima lidera as taxas de feminicídio no Brasil, de acordo com o Atlas da Violência divulgado em maio pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Diante desse cenário, a 8ª reunião do Comitê das Crianças de Boa Vista (CCBV), realizada no Centro Municipal de Inovação (CMI), discutiu o Agosto Lilás, mês de combate à violência contra a mulher.
Durante o encontro, o projeto Maria vai à Escola, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação (SMEC) em parceria com o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), apresentou de forma lúdica a importância da prevenção e do enfrentamento da violência doméstica. Então, para encerrar a programação, a Patrulha Maria da Penha surpreendeu as crianças com uma apresentação sobre o trabalho do grupamento.
Do mesmo modo, a responsável pelo comitê, Gabriela Cavalcante, destacou que o objetivo é incentivar a participação ativa das crianças nas políticas públicas e construir uma cidade mais igualitária. “Por meio da sensibilização, as crianças se tornam multiplicadoras do tema e levam esse aprendizado para casa, para a escola e para a comunidade”, afirmou.
A coordenadora do projeto Maria vai à Escola, Jaqueline Nunes, reforçou que a iniciativa busca formar cidadãos conscientes desde cedo. “Queremos perpetuar um ciclo de cuidado e respeito. Hoje, os protagonistas foram as crianças do comitê, que amanhã serão adultos de caráter”, disse.
Sobre o comitê
O comitê é formado por 24 integrantes, chamados de “mini membros”. Entre eles está Jhesyka Lira, de 11 anos, que já entende a importância de se proteger contra a violência. “Gostei bastante da reunião. Sei que quando crescer serei uma mulher, então preciso aprender a combater a violência. Vou levar tudo o que aprendi para casa, escola, amigos e vizinhos”, contou.
Criado em 2023, o Comitê das Crianças é um órgão consultivo que dá voz às crianças para apresentarem propostas e ideias sobre a cidade. Já o projeto Maria vai à Escola, implantado em 2015, beneficiou mais de 4,7 mil alunos em 44 escolas municipais. Ela abordou temas como direitos humanos, igualdade de gênero e enfrentamento da violência doméstica.
Fonte: Da Redação