A adolescente Ádrya Thaynara Macedo, 14 anos, estava grávida do primeiro filho e deu entrada na Maternidade Nossa Senhora de Nazaré na madrugada de domingo, 31, às 4h30, com dor extrema. Segundo a família, em denúncia à TV Imperial, a paciente e a bebê morreram horas depois, após sérias complicações por conta de negligência médica.
De acordo com a mãe Édrica Macedo, os médicos afirmaram que o bebê já estava morto, mas somente às 14h40 da tarde, realizaram a cesariana para retirar a criança. Ádrya também apresentou hemorragia uterina durante o procedimento. Ainda segundo a mãe, a equipe médica identificou que o apêndice havia estourado e se espelhado. Além disso, havia necrose por todo intestino grosso e delgado, o que resultou numa segunda cirurgia. A jovem ainda foi levada para a UTI, ficou em como induzido e morreu por volta das 9h40 de segunda-feira, 1º.
Durante o intervalo dessas horas, segundo a família, a paciente ficou sem assistência médica, sofreu repreensões por parte dos funcionários e teve desmaio. “Mãe, estou sentindo muita dor, a senhora precisa me ajudar! Socorro“, Conforme a mãe, essas foram as palavras de Ádrya para a mãe como pedido de socorro antes de desmaiar. Somente depois, disso, equipes se mobilizaram para salvá-la.
“Minha filha apresentou piora e começou a agonizar de dor e já desmaiando gritei pedi ajuda e foi que logo resolveram fazer alguma coisa, mas eu sentia que minha filha já estava morrendo”, contou a mãe.
Negligência: Dores da paciente foram tratadas como infecção urinária
Segundo a mãe da paciente, a mesma médica que atendeu sua filha realizou o parto cesariana. A médica ainda teria dito aos familiares de que a paciente foi “pouco colaborativa”. A filha apresentava febres, dores e por duas vezes recebeu alta com encaminhamento para acompanhamento laboratorial, ou seja, consultas simples no posto de saúde. Porque, segundo explicações médicas, ela estava apenas com infecção urinária. “foi uma negligência médica, mãe nenhuma deveria passar por isso. Eu quero que haja justiça pela minha filha, que sejam penalizados. Para que nenhuma outra mulher possa passar por isso, porque naquela maternidade as mães são tratadas como animais”.
Revolta, dor e indignação
Para Suzana dos Santos, sogra e avó, os profissionais foram omissos com a situação, se sente revoltada e indignada com tudo.
“Meu sentimento é de indignação. Então deixo aqui registrado minha revolta, acredito que foram omissos nessa situação porque não era qualquer dor, ela se jogou no chão, era algo anormal. A maternidade é um lugar onde deveria ter um cuidado com as mães, ou pelo menos, era pra ser, lugar de cuidar de pessoas porque lá vai vir vidas ao mundo. Tem pessoas ansiosas, alegres e torcendo aqui do lado de fora esperando pela chegada de um bebê, uma espera de longos meses. Contudo, chega essa triste notícias. É muito revoltante, trataram ela como se estivesse louca, histérica, mas estava com dor absurda algo que ela mesma não conseguia controlar, não tinha como expressar o grau dessa dor“
A mulher ainda fez um apelo. “Eles deveriam olhar as mezinhas com mais carinho e atenção. Há falta de amor e olhar de empatia com as pacientes. Porque isso evolve os laços maternos, impactam na vida dessas mães e de suas famílias. Agora, estamos todos aqui sofrendo e chorando sem essas duas pessoas. Num momento que era pra ser de felicitações, como estamos agora? Só dor, angústia e choro. É muita indignação por tudo que ela sofreu. Eu vi, convivi, e chorei com tudo o que ela passou“, finalizou.
O que diz a Sesau
A TV Imperial entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Roraima (Sesau) sobre a denúncia da família, mas não deu retorno até o fechamento desta matéria.
Fonte: TV Imperial

