Escândalos na educação
Ontem, a Polícia Federal realizou uma operação para investigar denúncias envolvendo a Educação do Estado. Entre os alvos estão: o ex-deputado Masamy Eda e o próprio secretário da Pasta, Mikael Cury. As investigações apontaram que uma licitação destinada ao fornecimento de materiais de higiene, limpeza e conservação para escolas indígenas foi direcionada a uma empresa que, até então, atuava exclusivamente no ramo de comercialização de veículos.
Esquemas fraudulentos
Essa é mais uma operação que expõe como a Seed pode ter se transformado em um terreno fértil para esquemas imorais e fraudulentos, desviando recursos de uma área tão essencial e há muito negligenciada pela atual gestão. O escândalo da merenda é um exemplo claro disso: denúncias apontaram conluio em licitações para a compra de gêneros alimentícios, envolvendo empresas ligadas à Masamy. Na prática, se tratou de um esquema para retirar dos estudantes o direito básico a uma alimentação de qualidade, trocando o futuro das crianças por interesses particulares.
O peixe
A prova desse descaso veio em agosto, quando a Polícia Federal apreendeu um carregamento de peixe destinado à merenda escolar. A empresa contratada para fornecer tambaqui aos alunos, na verdade entregou mandi, uma proteína de menor qualidade e mais barata, levantando fortes indícios de fraude. Antes disso, em abril, um servidor, com a ajuda da própria família, desviava carregamentos de frango e carne das escolas estaduais. Ou seja, um retrato vergonhoso, que apontou como esquemas de corrupção transformam a merenda escolar em negócio lucrativo às custas da fome e da educação.
Reflexão
Ao que tudo indica, a Secretaria de Educação se tornou um terreno fértil para esquemas de corrupção. Se antes a “galinha dos ovos de ouro” da ilegalidade era a Secretaria de Saúde (Sesau), hoje os olhos dos corruptos parecem estar voltados para a educação, explorando recursos que deveriam ser destinados ao futuro das crianças e adolescentes de Roraima. Um outro exemplo… quem lembra do contrato de R$ 15 milhões na compra de livros didáticos o qual o pagamento foi feito em sua totalidade, mas os livros não chegaram em Roraima? Algo a se refletir.
Garantias
O próprio governador Antonio Denarium, ao tratar a educação como a menor (ou até mesmo nenhuma) prioridade, abriu espaço para a desvalorização da área. A sua gestão, não construiu sequer uma escola. Das mais de 370 existentes, poucas passaram por reformas, deixando clara a falta de investimento no setor. As denúncias se acumulam. São pais e alunos em busca de providências diante das precariedades. As escolas estaduais, tanto da capital quanto do interior, estão em condições vergonhosas, incapazes de oferecer um ambiente digno de aprendizado.
Selo “lona” de qualidade
Para tentar amenizar a situação, desde 2023, Denarium decidiu que os alunos e professores merecem aprender e trabalhar embaixo de lonas. Ou seja, ao invés de investir na reforma e construção de novas unidades, o Governo optou por oferecer espaço improvisado. Espaços esses que seguem até o momento dificultando o aprendizado dos alunos.
Da Redação

