Os holofotes da CPI das Terras se voltaram para o empresário Ermilo Paludo, considerado por muitos como um dos homens mais ricos de Roraima. A Comissão Parlamentar de Inquérito identificou a participação do sócio e amigo do governador de Roraima em um esquema estruturado de grilagem de terras públicas com ramificações em diversos setores da administração pública estadual.
Antonio Denarium e Paludo são amigos de longa data e o empresário e pecuarista é figura bastante vista no Palácio Senador Hélio Campos desde que o amigo virou governador. Seu nome foi cansativamente citado na CPI, que relata práticas criminosas para grilar terras do Estado para o nome de parentes próximos, como um irmão e uma sobrinha de Ermilo Paludo.
Conforme o relatório preliminar, as investigações revelam crimes como concessão irregular de títulos, falsificação de documentos, invasões, destruição de propriedades, ameaças a pequenos produtores e uso de “laranjas” para dar aparência de legalidade à aquisição fundiária.
O pecuarista criou gado ilegalmente na Terra Yanomami, mesmo depois de perder todos os recursos na Justiça. Depois fundou uma cooperativa de carnes em Roraima e virou sócio de Denarium no maior frigorífico do estado.
Preliminar
Este é o segundo relatório preliminar da CPI das Terras. O deputado Jorge Everton, presidente da Comissão, disse que vai divulgar novos relatórios à medida que as denúncias estiverem concluídas. “Queremos transparência. Quem estiver envolvido em irregularidades fundiárias virá à tona.”
Anteriormente, a Comissão citou o possível favorecimento do Iteraima em emissão de documentos para o filho do governador.
O assunto foi um dos pontos levantados em uma das oitivas, sendo um dos casos mais destacados. Conforme os deputados, Gabriel Prestes de Almeida, teria recebido cinco Autorizações de Ocupação (AOs) no mês anterior. De acordo com as investigações, ele possui 11 imóveis no estado.
O deputado Jorge Everton então disse que não havia justificativa para a então presidente do Iteraima, Dilma Costa, ter feito seis despachos nos últimos 30 dias, sendo cinco deles para o filho do governador, dois emitidos de forma gratuita. Conforme ele, a norma permite apenas um título gratuito por pessoa. Ainda de acordo com o parlamentar, depois Dilma ainda tentou suspender um desses títulos.
No relatório preliminar apresentado na segunda-feira, 15, a CPI pediu o indiciamento de Dilma, do empresário Ermilo, Paludo, funcionários do Iteraima e outros. No entanto, os parlamentares nem tocaram no assunto do filho do governador. Por qual motivo?
Da Redação

