O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, disse em São Paulo que a nova política do Governo Federal deverá fazer com que a Caixa Econômica Federal financie mais 80 mil novas moradias até 2026.
De acordo com o Governo Federal, a nova política prevê uma reforma estrutural no uso da poupança. Isso para alavancar o crédito habitacional, modernizando as regras de direcionamento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O objetivo é de tornar o uso da poupança mais eficiente e ampliar a oferta de crédito imobiliário.
“A previsão é que só a Caixa Econômica Federal possa ter mais 80 mil novos financiamentos até 2026. Vamos começar isso imediatamente, agora. Então, só na Caixa estão previstos mais 80 mil novas habitações financiadas”, disse o ministro, que participou do evento Incorpora 2025, um dos maiores do setor e que reúne autoridades públicas, CEOs das maiores incorporadoras do país, representantes de instituições financeiras e especialistas para discutir os desafios e oportunidades do setor imobiliário no Brasil.
O Governo está preocupado em oferecer uma alternativa de financiamento da Caixa para a classe média. Principalmente entre as famílias que ganham de R$12 mil a R$ 20 mil.
“Nós temos em boa parte da nossa sociedade famílias que ganham mais ou menos entre R$ 12 mil e até R$ 20 mil e que estão hoje numa situação de não ter nenhuma fonte de financiamento ou apenas fontes de financiamento que nós temos hoje. Nós queremos ampliar isso”, disse Jáder Filho durante o evento.
Mais tarde, em entrevista, ele então ressaltou a grande carência de financiamento imobiliário para essa faixa da população.
“Aquelas famílias que vão de R$ 12 mil a R$ 20 mil estavam desatendidas. E isso, obviamente, nos incomodava profundamente. Antes da criação do programa Minha Casa, Minha Vida da classe média, esse problema ainda era maior porque as famílias acima de R$ 9,6 mil não eram atendidas. O que buscamos com essas alterações que vão ser anunciadas pelo presidente Lula é dar mais financiamento, mais recursos para que as famílias todas que queiram realizar o sonho da casa própria – e não só as das classes mais baixas – que se elas forem a uma instituição bancária, encontrem uma alternativa e um financiamento que caiba no seu bolso”.
Para o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, o novo modelo do governo federal deverá impulsionar o setor.
“Não dá para ter uma expectativa em número de valores, mas o que o governo federal, junto com o Banco Central, está fazendo é uma fórmula muito inteligente de poder trazer mais recursos para o mercado, no momento em que todos estão vendo que há uma redução dos volumes da carteira de poupança. Então, isso vai fazer com que venha mais volume para o mercado. E vindo mais volume, naturalmente as pessoas vão ter acesso ao financiamento, e isso é o que nós precisamos para que tenham capacidade de adquirir seus imóveis. Então, isso vai em direção ao que é necessário para o mercado”, disse ele a jornalistas.
Ajustes
Na entrevista, o ministro informou ainda que o governo está estudando ajustes nas três primeiras faixas do programa Minha Casa Minha Vida.
“Tive um diálogo com o ministro Rui Costa, da Casa Civil, e teve a determinação que, em algumas faixas de renda, vamos fazer o ajuste do teto dos imóveis“, disse.
Fonte: Agência Brasil

