Uma denúncia enviada ao Roraima em Tempo afirma que um grupo de 30 roraimenses, sendo 28 homens e duas mulheres, está preso em condições consideradas desumanas e sem direito à ampla defesa em Georgetown, na Guiana.
Segundo o relato, os brasileiros estavam há poucos minutos em uma área de fronteira entre Uiramutã e o país vizinho na quinta-feira, 13, quando foram abordados e detidos pela polícia guianense.
“Eles foram levados amarrados para uma delegacia em Mádia e lá permaneceram até ontem [17], que foi quando foram transferidos para Georgetown, para o presídio onde, segundo eles, vão aguardar por julgamento”, afirmou o denunciante.
Ainda conforme a denúncia, ao questionarem o motivo da prisão, os agentes informaram que os brasileiros estavam em área proibida.
“Todas as documentações deles estavam corretas, mas eles estavam pisando em uma região lá que era proibido, lá onde eles desceram para entrar para trabalhar. (…) Assim, eles não tinham nem garimpado, eles tinham chegado há apenas 17 minutos”, destacou.
Condições precárias
Imagens enviadas ao Roraima em Tempo mostram o momento em que o grupo é transferido de Mádia para Georgetown, com as mãos presas por abraçadeiras. Em um vídeo encaminhado à reportagem, vários homens aparecem apenas de cueca, amontoados dentro de uma cela. Um deles afirma que precisam urinar em garrafas pet para evitar o acúmulo no vaso sanitário, que está sem tampa e sem descarga.
“Na cela tinha 28 homens só de cueca, fazendo suas necessidades em garrafas pets e comendo pão com suco. E nós, amigos e familiares, estamos aqui sem saber ao certo qual atitude tomar, porque fomos na Embaixada Guianense e lá eles não resolvem nada, nem sequer um advogado, mesmo que seja particular, eles têm lá para indicar. O que disseram para a gente é que a única forma de resolver é indo para Georgetown”, relatou o denunciante.
No presídio da capital, a situação segue crítica. De acordo com o relato, não há alimentação adequada e o calor é extremo. “O presídio é ainda pior. Eles estão passando fome e o calor é insuportável e até agora as únicas roupas que eles estão vestidos são cuecas. Só para lembrar que existem duas mulheres entre eles”, desabafou.
Procurada, o Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Georgetown, disse que tem ciência do caso e está averiguando. Em atendimento ao direito à privacidade e em observância o disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, a Pasta não fornece informações detalhadas sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros.
Fonte: Da Redação

