A empresa Biocore enviou para a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), duas cartas entre novembro e dezembro para solicitar o pagamento de dívidas. Os contratos são de 2023 a 2025. A firma do Ceará fornece insumos que são usados na análise e identificação de doenças em bolsas de sangue doados no Hemocentro de Roraima (Hemoraima). Além disso, ela também fornece insumos para o Laboratório Central (Lacen).
Conforme relatado, as dívidas somam cerca de R$ 1,5 milhão. Em novembro, a empresa propôs à Sesau o pagamento de cerca de R$ 890 mil, parcelado em 9 vezes. O que não ocorreu. Os valores são referentes a 2023 e 2024.
Com isso, no dia 2 de dezembro, a Biocore enviou nova carta para cobrar novas dívidas e avisar a suspensão do fornecimento. A justificativa é de que não há mais condições financeiras de manter o fornecimento, pois a empresa já entrou em crise.
“Ainda assim, mesmo após reconhecer os débitos referentes a 2023, 2024 e 2025, esta Administração não realizou até a presente data qualquer pagamento, seja parcial ou integral, circunstância que mantém a contratada em evidente prejuízo e em situação de desequilíbrio econômico-financeiro incompatível com a continuidade regular das entregas”, diz o documento.
Denúncia
Nesta quarta-feira, 3, o Roraima em Tempo mostrou a denúncia sobre falta do insumo no Hemoraima. Conforme relatado à reportagem, pacientes internados no Hospital Geral de Roraima (HGR) e no Hospital da Criança precisam realizar cirurgias, biópsias e receber doações de sangue. Contudo, estão sendo prejudicados e correndo risco por conta da falta do reagente usado na sorologia do sangue doado.
Conforme o denunciante, a situação ocorre pela falta de pagamento da Sesau à empresa responsável pelo fornecimento do insumo.
Uma mulher, que preferiu não se identificar, informou que o Hemoraima encaminha os exames de sorologia para o Hemocentro do Amazonas (Hemoam). No entanto, a unidade nem sempre consegue fazer atender à demanda, pois, segundo ela, além de sobrecarregados, também dependem do pagamentos do serviço.
“Eles [Sesau] não pagam a empresa que fornece os reagentes. Eles [Sesau] dependem do Hemocentro de Amazonas aceitar fazer os exames de sorologia. Quando o Hemoam faz, os exames das bolsas de sangue, plaqueta e plasma conseguem ser liberadas. Quando não faz, as bolsas ficam retidas”, contou.
O filho de uma paciente, que está internada no HGR há mais de um mês, também relatou ao Roraima em Tempo que a situação afeta a mãe. Por isso, cobra soluções urgentes ao Governo do Estado.
“Não adianta fazerem campanha de arrecadação de sangue, papel este que é de responsabilidade do Hemocentro. Hoje fomos informados que o problema não é mais a falta de sangue e, sim, que o governador não paga a empresa fornecedora de sorologia de nome Biocore. Isso é crime. Isso é caso de polícia”, relatou o homem.
A Sesau informou que o recebeu bolsas de coleta na segunda-feira, dia 1º e que está aguardando testes para a análise sorológica de algumas amostras. Além disso, disse que o Hemoraima também ajuda o Amazonas sempre que necessário. Sobre a falta de reagente, a Sesau não se manifestou.
A reportagem procurou novamente a Sesau para esclarecimentos sobre o atraso no pagamento da Biocore, assim como sobre a suspensão do fornecimento do reagente e aguarda resposta.
Confira as cartas:
Fonte: Da Redação

