Uma paciente com câncer no reto fo enviada na semana passada de Boa Vista para Manaus, no Amazonas, por meio de Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
Ela finalizou a quimioterapia pelo Hospital Geral de Roraima (HGR) e precisa passar por cirurgia de retirada do tumor. O problema é a falta material no estado vizinho.
Para a cirurgia, se faz fundamental a utilização de um produto descartável chamado grampeador. Sem o insumo em Roraima, a ideia era que a paciente finalizasse o tratamento no Amazonas. Como o material também está em falta, ela sente que o transporte, gasto com dinheiro público, ocorreu à toa.
A acompanhante conversou com Roraima em Tempo sobre a situação. Por ser servidora pública e temer represálias, ela optou por não se identificadar.
“Estávamos aguardando pelo material desde janeiro. Chegamos a Manaus na última quinta-feira [13]. Na sexta passamos pelo médico e ele ficou extremamente chateado desse TFD ter ocorrido, pois o transporte até aqui custou cerca de R$ 1,7 mil. Com esse valor, ele disse que daria para comprar grampeadores tranquilamente, pois é um material barato […] O médico até questionou como ninguém confirmou se tinha material em Manaus antes de nos mandarem”, contou.
Desespero
Ela explicou que ficou desesperada com a situação. Então, entrou em contato com profissionais que atuam em Manaus e Boa Vista para que informem a viagem equivocada ao secretário da Saúde, Airton Cascavel.
“Entramos em contato com o pessoal da oncologia do HGR. Agora, como isso vai se resolvido? Não sabemos. Me disseram que o secretário seria informado disso até quinta-feira [20]”, disse.
A acompanhante ressaltou ainda que o transtorno pode ter impactos na saúde da paciente contemplada pelo TFD. “Uma pessoa com câncer não consegue ter vida ativa como nós. Não tem a mesma disposição de passar por tanto transtorno e estresse. Esse erro pode até ter ocorrido sem querer, mas quem paga ainda somos nós. Não queríamos que fosse assim, é triste pensar que a secretaria só funciona depois que se denuncia na imprensa”. lamentou.
Citada
A Secretaria de Saúde ressalta que ao receber um pedido de TFD é feita a inclusão do paciente na Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade e o Amazonas foi o primeiro a sinalizar disponibilidade para a realização do procedimento da paciente, por isso, para garantir a agilidade e efetividade que o caso requer foi feita a liberação do TFD.
No entanto, em contato telefônico com a paciente, na tarde desta quarta-feira, foi constatado que durante a análise feita pelo médico no Amazonas, designado para o caso, seria necessária a utilização de um grampeador mais específico para realizar o procedimento, diferente daqueles disponíveis no momento da liberação do TFD.
A Sesau reforça que o médico designado para o caso vai se reunir nesta quinta-feira com a Direção da Unidade onde a paciente passará pela cirurgia, para tratar da requisição do material e posterior comunicado à paciente sobre a realização do procedimento.
Reforça que todos os encaminhamentos de pacientes oncológicos para fora de Roraima levam em consideração a disponibilidade da Unidade de Saúde e da realização do procedimento pela mesma, e que faz isso em contato direto com a direção da Unidades.
Fonte: Da Redação