Crianças e mulheres perdem a vida na maternidade e aluguel da estrutura custa R$12 milhões, mas o MPRR não faz operação

Crianças nascendo mortas, outras adquirindo doença devido à insalubridade na maternidade, mas o MPRR nunca realizou operação

Crianças e mulheres perdem a vida na maternidade e aluguel da estrutura custa R$12 milhões, mas o MPRR não faz operação
Fachada do MPRR – Foto: Arquivo/Roraima em Tempo/Edinaldo Morais

Denúncias atrás de denúncias

Somente na semana passada, esta redação recebeu três denúncias de descaso com grávidas e bebês na maternidade estadual. Desse modo, em uma delas, de coração partido, a mãe relatou que seu bebê morreu na barriga devido à demora na realização do parto. Em outras duas, a reclamação também era sobre a demora para fazer uma cesariana em gradivas de alto risco. Só de julho de 2021 para cá, o MPRR abriu cerca de cinco investigações para apurar falta de medicamento, insumos, médicos e outros profissionais, entre outras coisas. As investigações partiram de denúncias dos próprios pacientes que perderam seus entes queridos ou tiveram sérias complicações e humilhações nas unidades de saúde do Governo. E quantas operações o órgão fez nesse tempo?

Não se engane

Mas não se engane com essas aberturas de investigações. Pois até hoje, nenhuma delas deu em nada. E a situação na maternidade do governo só piora. Mas pesar disso, o MPRR não fez nenhuma operação de busca e apreensão. E olha que quando se fala em transparência, o governo é péssimo. Seria impossível o MPRR concluir uma investigação sem solicitar diversos documentos de contratos, escalas de plantões, lista de medicamentos e etc.

Aluguel da estrutura da maternidade é de R$ 12 milhões

O aluguel daquela estrutura coberta por lonas é de quase R$ 12 milhões. E o valor começou em menos de R$ 10 milhões. Mas como a Sesau transferiu o Pronto Atendimento para lá, reajustou o aluguel em 18%. E o Pronto Atendimento já não funciona lá. Até agora o MPRR não se manifestou. A maternidade funciona no local para que a Seinf conclua a reforma do prédio da unidade que começou em abril de 2020. Na transferência dos serviços para o local, o governador disse que a medida provisória só duraria cinco meses. Mas em junho completou um ano. E as denúncias do péssimo alojamento no local.nao param.

Espetáculo

O MPRR deflagrou uma operação na sexta-feira (22). Conforme o órgão, para buscar e apreender documentos do contrato da pintura do muro pelo artista Kobra no Parque do Rio Branco. Pois bem. Ocorre que a prefeitura de Boa Vista afirmou em toda que todos esses documentos já foram entregues ao MPRR. Além disso, eles estão disponíveis no Portal da Transparência. Então, por qual motivo o MPRR fez a operação? E logo agora nas véspera das eleições?

Escancarado

É que o marido da chefe geral do MPRR, tem cargo comissionado na Codesaima. Ele ganha R$ 20 mil de salário. E atualmente é coordenador do projeto Morar Melhor do governo. Mas, apesar de ele ser esposo da procuradora-geral do MPRR, não faz questão nenhuma de ser discreto. Na semana passada, ele respondeu às postagens e comentários sobre denúncias das obras do Morar Melhor na Internet. Ele até se apresentou como coordenador do projeto na publicação do Roraima em Tempo. Ah, ele ainda ganha R$ 500 de vale alimentação, benefício que pouquíssimos servidores têm no governo.

Também não disfarça

A procuradora-geral também não disfarça a ligação que tem com o governo. Ela nem se quer economiza elogios ao governador Antonio Denarium. Pois mesmo com todas as denúncias contra o Executivo Estadual, ela já entregou até medalha em homenagem ao governador. E mais de uma vez.

‘Morar pior’

Também na semana passada, recebemos duas denúncias do programa Morar Melhor, que o esposo da procuradora-geral do MPRR coordena. Na primeira, a Codesaima prometeu reformar a cozinha da mulher, mas tudo o que ela recebeu foi uma pia, que conforme ela, ficou mal instalada. Por outro lado, na segunda denúncia, a Companhia iniciou a obra, mas o pedreiro abandonou por falta de pagamento. A mulher ficou desesperada, porque teve que sair da casa para a execução da obra. É que a residência tem apenas um cômodo e um banheiro. Então ela teve que ir para a casa da vizinha enquanto a Codesaima refirmava a casa. No entanto, como a obra demorou, a vizinha pediu a casa de volta e a mulher ficou sem ter para onde ir com suas três crianças. E agora? O MPRR vai abrir investigação para investigar esses casos. E a procuradora-geral vai permitir investigar o coordenador do Morar Melhor que é seu esposo? Vai ter operação? Ah, um passarinho contou que o Morar Melhor está funcionando de forma irregular. Parece que já tem ate ação na justiça apurando isso.

Palanque político para o ZEE

Com o dinheiro público, para angariar a simpatia dos eleitores, a Assembleia montou um palanque político para a aprovação do ZEE. Assim, a votação aconteceu em Rorainópolis, segundo maior curral eleitoral de Roraima. E com a presença do governador Antonio Denarium. Mas para isso, toda a estrutura foi montada e preparada com dinheiro público. Nessas horas que a gente pergunta onde estão os órgãos fiscalizadores do dinheiro público.

Perguntas:

O MPRR vai fazer operação na Sesau para apurar denuncia na demora da reforma da maternidade?

O órgão vai investigar ainda as inúmeras denúncias recentes na unidade? Incluindo a morte de uma bebê?

Por fim, a procuradora-geral vai permitir investigar o programa Morar Melhor dirigido por seu esposo?

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