O promotor de Saúde do Ministério Público de Roraima (MPRR), Igor Naves, avaliou como “terrível” a troca constante de gestores no comando da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). A declaração foi dada em entrevista à Rádio 93 FM na tarde desta quarta-feira (18).
Em dois anos e meio, a Sesau teve nove gestores. Atualmente, Leocádio Vasconcelos é quem dirige a Pasta.
Contudo, antes dele, já estiveram na Secretaria: Airton Wanderley, Élcio Franco, Cecília Lorezom, Allan Garcês, Francisco Monteiro, Olivan Junior, Marcelo Lopes, e Airton Cascavel.
Diante disso, o promotor afirmou que a substituição de secretários no comando da Saúde de Roraima, não é saudável e prejudica a população.
“É fato indiscutível que a descontinuidade no trabalho seja de quem quer que for é ruim. Então um tem uma linha de trabalho, boa ou ruim, mas é a linha dele. Aí quando as pessoas começam a pegar o ritmo, muda. […] Não vou falar aqui de A ou B, mas é fato que isso traz prejuízo”, explicou.
Promotor visita as unidades de saúde
Desde que assumiu a promotoria de saúde do MPRR, Igor Naves tem feito inspeções nos hospitais do estado.
“A partir do momento que eu assumi a promotoria de saúde, eu busquei fazer essas diligências por vários motivos. O o primeiro deles, para que eu pudesse conhecer a realidade das nossas principais unidades de saúde”, esclareceu.
Conforme o promotor, nessas visitas foi constada a falta de medicamentos, insumos, profissionais, entre outras ocorrências.
As inspeções foram feitas no Hospital Geral de Roraima (HGR), Pronto Atendimento Airton Rocha (PAAR), no Pronto Atendimento Cosme e Silva, bem como no Hospital das Clínicas.
Além disso, a Maternidade Nossa Senhora de Nazareth e a Clínica Coronel Mota também foram visitadas.
De acordo com o promotor, nas unidades de saúde do estado há também um grave problema relacionado à estrutura física que, segundo ele, é muito antiga e não supre as necessidades.
“A estrutura velha do HGR já não atende a demanda e é muito antiga, não atende nem os protocolos de vigilância sanitária. Enfim, é preciso tirar os pacientes dali”, disse.
Investigações do MPRR
Na segunda-feira (16), Igor Naves abriu investigação para apurar falta de medicamentos para tratamento da Aids no Coronel Mota. Outra denúncia que será alvo da mesma investigação é a falta de infectologista, bem como de psiquiatra.
Em inspeção realizada no local no final de julho, o órgão constatou a falta de anestesia para pequenas cirurgias, além da falta de profissionais.
“Um dos problemas que atinge não somente a Clínica, mas a maioria das unidades de saúde estaduais é a falta de médicos ou exames de algumas especialidades. O que precisa ser solucionado com urgência pelo Poder Público”, afirmou.
Denúncias recorrentes
As denúncias de falta de insumos, medicamentos, profissionais, bem como a péssima estrutura nos hospitais do Estado são constantes.
Pacientes da Maternidade e outras unidades entraram em contato com a redação para denunciar falta de fio cirúrgico e compressa, itens básicos para realização de cirurgias de parto cesárea.
Além do mais, na segunda-feira (16) o jornal recebeu relatos de que uma idosa de 90 anos com Covid-19 estava há dois dias esperando uma vaga na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no HGR.
Fonte: Da Redação