A deputada Yonny Pedroso (SD) processou o jornalista e radialista Luiz Valério e pediu a retirada de uma reportagem que cita o suposto envolvimento da parlamentar no desvio de R$ 50 milhões da Educação.
Ela considera o texto “ofensivo”, e também pede indenização de R$ 22 mil por danos morais. No entanto, a juíza Bruna Guimarães Fialho Zagallo negou retirar o texto do ar. O processo vai para audiência de conciliação.
A defesa justifica que a matéria tenta “atingir a figura pública da parlamentar estadual”. Além disso, acusa o radialista de fake news (desinformação).
Na publicação ele relembra que a parlamentar entrou com pedido de habeas corpus pela “iminência de ser condenada na primeira instância”.
“Em momento algum o texto relata que a deputada será julgada, mas sim deixa implícito que a condenação é apenas questão de tempo”, argumenta a defesa.
Contudo, o próprio pedido de habeas corpus preventivo de Yonny e do esposo José Walace, investigados pelo desvio de R$ 50 milhões do transporte escolar, diz que o casal vem sendo constrangido pelas “ameaças de prisão”.
Por outro lado, a defesa menciona que a reportagem invadiu a vida pessoal de Yonny ao citar um pedido de liberação para viajar para fora do Brasil.
“[…] passando dos limites da imagem de parlamentar e adentrando no foro íntimo, com o único intuito de denegrir a imagem diante dos leitores, induzindo-os ao erro e manchando a imagem e honra objetiva da deputada”, sustenta.
A Justiça de Roraima entendeu que o pedido não é justificável. Para a juíza, as postagens não são ofensivas. Por isso, a princípio, ela nega o pedido para retirar as postagens.
Relembre o caso
O Ministério Público Federal (MPF) acusa Yonny e José Walace de participarem dos desvios. Conforme as investigações, o dinheiro financiou a campanha da deputada em 2018.
De acordo com a Polícia Federal, a empresa de Walace, Diamond Tours Logística, era responsável por atender rotas que um contrato não cobria.
Na avaliação da PF, o contrato foi fraudado, pois as rotas que a empresa cobria não faziam parte de outros contratos. Ou seja, ficavam sobrepostas.
Com isso, a Justiça Eleitoral condenou Yonny a perda do cargo, mas ela recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ainda não decidiu sobre o caso.
Em dezembro de 2018, os agentes encontraram carimbos preparados para falsificar os documentos. À época, a PF prendeu Yonny. A polícia encontrou o marido dela em São Paulo, quase um mês depois.
No último dia 18, a Justiça negou o pedido de habeas corpus preventivo para evitar a prisão dos acusados. O pedido foi revelado com exclusividade pelo Roraima em Tempo.
O desembargador Ney Bello avaliou que não encontrou indícios de ameaça à liberdade da deputada e do marido.
Citados
Ao Roraima em Tempo, Luiz Valério diz estar “tranquilo” quanto ao andamento do processo, e avalia o pedido como uma tentativa de intimidação.
“Não tenho medo. Estou amparado pela Constituição no que diz respeito à liberdade de imprensa e de expressão. Quem precisa prestar contas à Justiça é a deputada pelas acusações de corrupção e desvio de recursos”, disse.
Já a defesa da deputada comunicou que está ciente da decisão e que espera o julgamento final do pedido.
Por Redação