Elvis Presley e Marilyn Monroe: os protagonistas do próximo Oscar?

Duas das maiores lendas do Século XX ressuscitaram em 2022. O primeiro foi Elvis Presley, o “rei do rock”, no filme “Elvis”. Lançado no meio do ano, a obra de Baz Luhrmann trouxe Austin Butler interpretando o ícone da música. Aliás, interpretando é pouco: ele ENCARNOU Elvis Presley, que também foi símbolo sexual. Mesmo com as […]

Elvis Presley e Marilyn Monroe: os protagonistas do próximo Oscar?

Duas das maiores lendas do Século XX ressuscitaram em 2022. O primeiro foi Elvis Presley, o “rei do rock”, no filme “Elvis”. Lançado no meio do ano, a obra de Baz Luhrmann trouxe Austin Butler interpretando o ícone da música. Aliás, interpretando é pouco: ele ENCARNOU Elvis Presley, que também foi símbolo sexual. Mesmo com as diferenças físicas, sua fala e seus maneirismos (especialmente o pélvico) o tornaram um grande candidato ao Oscar 2023 de Melhor Ator.

Do outro lado, outro símbolo sexual, agora feminino: Ana de Armas como Marilyn Monroe, no filme “Blonde”. Os mesmos elogios rasgados vão para a intérprete da dona da capa da primeira edição da história da Playboy. Sua voz adocicada e os movimentos naturalmente sedutores evocam a própria atriz lendária, que faleceu em 1962 (60 anos completados em agosto). A diferença entre uma e outra? Só o tamanho dos olhos.

Duas figuras lendárias, retratadas neste ano, em duas excelentes atuações. Entretanto, será que ambos tem força para a próxima temporada de premiações?

O rei do palco

“Elvis” demora um pouco para mostrar o rosto de seu protagonista. Mesmo porque a história é contada por seu empresário: Coronel Tom Parker (Tom Hanks). Baz Lurhmann mostra só sua voz e sua silhueta de relance. Quando Austin Butler finalmente aparece, prestes a se apresentar a uma plateia desconfiada, ainda dá para ficar receoso. Basta o show do personagem começar para que o ator dê o seu próprio show. Enfim, o receio foi para o ralo.

Butler fala como Elvis, dança como Elvis,… CANTA como Elvis! Nas críticas e elogios nas redes sociais, é a primeira vez, em 2022, que a palavra Oscar é citada para um ator. E olha que o elenco tem Tom Hank, um dos poucos atores da história a vencer dois Oscar seguidos. Mas, por incrível que pareça, não é nele que estamos de olho. Austin Butler é, até agora, o dono da atuação mais elogiada do ano. Aliás, o próprio prestígio da obra pode dar uma mãozinha, já que “Elvis” é muito bom, em vários sentidos.

A rainha das telas

Já “Blonde” vem dividindo opiniões. Não chega a ser uma bipolaridade extrema, do tipo “8 ou 80”, “ame ou odeie”. Afinal, mesmo quem gostou da obra de Andrew Dominik reconhece alguns dos problemas que ela tem. Contudo, Ana de Armas é unanimidade. A caracterização da atriz pode até diferir um pouco da original, mas basta ela fechar um pouco os olhos que… pronto! É Marilyn Monroe ressuscitada.

O único empecilho de sua indicação ao Oscar é o próprio filme. Com críticas tão mistas (a maioria negativa, a meu ver), “Blonde” pode não ter tração suficiente para levantar Ana de Armas. Até temos um histórico recente de uma atriz que se sobressaiu a uma obra menor, já que Jessica Chastain ganhou o prêmio por “Os Olhos de Tammy Faye”. Só que a história da apresentadora não foi vista com cara azeda pela crítica. Vamos torcer para que de Armas se sobressaia na premiação também.

Peças de arte

É interessante ver que Elvis Presley e Marilyn Monroe, dois símbolos imortais do Século XX, estejam tão vivos em 2022. Graças a seus realizadores e, principalmente, seus intérpretes. E são, justamente, as duas maiores atuações do ano até agora. E isso é mais incrível ainda, já que ambos os personagens são considerados figuras únicas na história. Isso mesmo com trocentos cosplays por aí para brincarem de ser o Rei do Rock ou a maior musa de Hollywood.

Contudo, o que Austin Butler e Ana de Armas fizeram está acima de imitações. São trabalhos para serem lembrados como sublimes peças de arte, o mais próximo que a geração atual tem de conhecer os ídolos reais. Apesar da distância entre as recepções dos longas em si, ambos tem tudo para baterem ponto na temporada de premiações.

Curiosamente, os verdadeiros Elvis e Marilyn nunca tiveram chance de concorrer a um Oscar. Então, se a chance de ouro deles é só agora de GANHAR, décadas após suas mortes, que assim seja.

 

Júnior Guimarães é jornalista e escreve a coluna Cinema em Tempo. Toda semana aqui no Roraima em Tempo temos uma análise sobre o mundo cinematográfico. No Youtube, Júnior tem um canal onde faz críticas e avaliações sobre cinema. 

 

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