O tema é bastante delicado, porém precisa ser discutido amplamente por toda a sociedade. A violência psicológica é bastante complexa, por isso muitos especialistas a tratam como uma “síndrome psicossocial multidimensional”, posto que, afeta tanto as pessoas quanto os grupos de trabalho e organizações empresariais, causando disfunções individuais e coletivas, levando a influências externas consideráveis e, é multidimensional (complexo) pelo fato de apresentar uma série de sintomas psicológicos/físicos, alguns específicos ou não, com configuração bem típica e de fácil diagnóstico.
Esse tipo de violência é ainda uma triste realidade vivenciada por muitas mulheres, afetando-as de formas variadas e, por não deixar marcas físicas (visíveis), não são observáveis por outras pessoas. E mais, muitas pessoas acham que esse tipo de violência é algo banal, por isso dão pouca importância para os danos psicológicos sofridos pela vítima. Outro fator que chama a atenção é que boa parte das vítimas sequer conseguem identificar facilmente esta violência, posto que, está se inicia sutilmente e vai ganhando proporções conforme o passar do tempo.
Os agressores (as) podem estar dentro de casa (família), no trabalho, na escola e mesmo em ambientes sociais (bares, clubes, shoppings, etc.). Considera-se como agressor(a) aquela pessoa que cause ou tenha a intenção de causar dano à identidade, à autoestima ou ao desenvolvimento de terceiros, o que inclui humilhações, chantagens, ameaças, críticas infundadas, privação de liberdade e de manter contato (amizades) com outras pessoas.
Importante ressaltar a omissão da mulher (vítima), que em vez de denunciar o (a) agressor (a), passa a inventar desculpas para os atos de agressão psicológica de que está sendo vítima, legitimando assim os atos de violência do (a) agressor (a), permitindo que as ofensas sofridas sejam tidas como verdadeiras por quem agride.
A violência psicológica causa danos expressivos para a saúde mental da vítima, pois afeta diretamente na crença que a mulher tem sobre sua competência e sua capacidade, prejudicando atributos que a mulher possui para realizar tarefas importantes para sua realização pessoal. Afeta inclusive a capacidade de comunicação com outras pessoas, também, a de se auto reconhecer capaz de efetivar tarefas do cotidiano e, de enfrenar de forma segura os desafios que a vida impõe, deixando-a insegura quanto às decisões a serem tomadas.
Por fim, conclui-se que a violência psicológica causa danos expressivos ao psíquico da vítima, os quais se instalam diante dos traumas sofridos, incluindo nesse rol o estado de choque, que aparece imediatamente após a violência psicológica, o qual pode durar de horas a vários dias. Diane de tal situação, a mulher (vítima) desenvolve um sentimento negativo de incapacidade, inutilidade, baixa autoestima, perda do amor próprio e da valorização de si mesma.
A seguir listamos alguns dos principais transtornos observados nos casos de violência psicológica: Fobias, Ansiedade, Baixa autoestima, Depressão, Sentimento de insegurança e de impotência.
Importante nos casos de violência psicológica contra a mulher, o apoio de familiares e amigos, os quais devem ficar atentos para identificar estes sintomas listados no texto, buscando conversar com a vítima, conscientizando-a de que está sendo vítima de violência psicológica, ajudando-a a denunciar o (a) agressor (a), assim como, orientá-la a buscar ajuda de profissional da Psicologia.
Hismayla Pinheiro (@psihismaylapinheiro) é psicóloga clínica e especialista em avaliação psicológica, com experiência em orientação profissional. Além disso, é a psicóloga oficial do “Miss Universo Roraima”. Toda segunda-feira, orientações valiosas nesse divã virtual de como manter a sua saúde mental. Marque sua consulta (95) 99144-113