Thiago Gonçalves, de 26 anos, procurou a imprensa para relatar o que houve a esposa, Fabíola Duarte, 26 anos, que morreu logo após sofrer um aborto. O homem está revoltado com a situação e reclamou da falta de assistência da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, que não o comunicou da transferência da mulher para o Hospital Geral de Roraima (HGR).
A paciente estava com 21 semanas de gestação quando começou a sentir fortes dores. Em razão disso, ela resolveu ir à Maternidade Nossa Senhora de Nazareth na última terça-feira (15). No entanto, lhe foram receitados antibióticos e ela recebeu a orientação de voltar para a casa.
No dia seguinte (16), ela tornou a sentir dores e pediu para que a levassem novamente à unidade. Conforme o marido, Thiago, ela foi encaminhada para o centro cirúrgico assim que chegou.
“A mãe dela levou ela. Depois ela voltou e disse que ela [Fabíola] foi levada para a sala de parto. Ela estava com 21 semanas ainda e ela ia para a sala de parto porque tinha soltado a placenta”, explicou.
Parto
O homem relatou que na quinta-feira (17), ele chegou à unidade e Fabíola e já havia tomado um medicamento para induzir o parto.
“Ela disse que ele [ o bebê] estava mexendo de manhã quando a gente chegou lá. Ele estava mexendo ainda. Aí ela começou a sentir as contrações e disse que estava sangrando”, relatou.
Em seguida, a criança nasceu sem vida. Apesar disso, o denunciante afirmou que a mulher estava bem e que iria realizar um ultrassom para, assim, receber alta.
“Eu falei ‘amor, vou para casa porque vou comprar comida’. Porque nosso filho tinha ficado aqui [em casa]. E deixei dinheiro com ela e falei ‘olha, se tu pegar alta hoje, pega um mototáxi aqui na frente, ou então um Uber e vai para casa’ e ela disse ‘tá bom’. Só que ela estava bem, estava sorridente. Eu até brinquei com ela e vim para casa”, contou.
Transferida para o HGR
Até o sábado (19), a mulher ainda não havia voltado para casa. Foi então que Thiago resolveu procurar a esposa. Quando chegou na Maternidade, a mulher já não estava mais lá.
“Aí eu pensei se ela tinha pegado alta e ido para casa. Só que aí perguntaram se eu queria entrar lá para saber se tinha acontecido alguma coisa. Eu fui lá, entrei no leito dela e ela não estava”, disse.
Ao questionar os médicos sobre o paradeiro da esposa, o informaram de que ela havia sido transferida para o Hospital Geral de Roraima (HGR) para uma cirurgia de urgência. Contudo, não o comunicaram sobre a transferência.
“Quando eu entrei, eu olhei de longe, acho que tinha umas seis camas, uma do lado da outra. Na hora que eu entrei, eu olhei para a última cama e vi a situação. Mas eu não reconheci ela, ela estava toda aberta, sem roupa, pelada, entubada, com uns negócios na boca dela”, recordou.
Thiago questiona o que aconteceu com a esposa, pois segundo ele, não há explicação para isso, uma vez que ela estava bem desde a última vez que a viu. Em seguida, a mulher morreu no HGR por sepse abdominal, ou seja, houve uma infecção que afetou alguns órgãos do abdômen da paciente. “Não ligaram para informar. Não informaram nada da transferência. Nada”, lamentou.
Além de não terem avisado sobre a transferência de Fabíola, as equipes da Maternidade e do HGR não souberam informar sobre os documentos que a família havia deixado com ela, assim como as roupas da jovem. Ela também tinha vários cortes no pescoço.
“Fiquei em choque de ver a situação da minha esposa. Porque ela estava bem. Para a situação que eu encontrei ela, não tem explicação”, afirmou Thiago.
O que diz o Governo
O Roraima em Tempo entrou em contato com o Governo do Estado e aguarda retorno.
Fonte: Da Redação