Os servidores da empresa União Comércio, que presta serviço de limpeza na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, afirmaram que a diretora da unidade os ameaçou durante a manifestação que eles realizam em razão do atraso no pagamento dos salários.
Conforme o presidente do Sindicato que representa a categoria, Alexandre Grossi, a mulher enviou a fiscal do contrato e pediu para que os trabalhadores saíssem imediatamente do local. Em seguida, a diretora da Maternidade o chamou para conversar dentro da unidade, mas ele se recusou.
“Falei que se ela tivesse alguma coisa para falar, que ela viesse falar na frente dos trabalhadores. Daí ela não veio”, disse.
Ainda segundo Grossi, posteriormente, a diretora tirou duas fotos dos manifestantes e encaminhou para o dono da empresa União Comércio e Serviços. Na mensagem enviada juntamente às imagens, ela ainda teria escrito “você tira ou eu chamo a polícia?”.
Salários atrasados
Conforme relatos dos servidores, o salário de dezembro, que deveria ter sido pago até o 5º dia útil do mês, está atrasado.
A empresa informou ao presidente do Sindicato, Alexandre Grossi, que por conta da falta de repasse da Secretaria de Saúde (Sesau), não há previsão para pagamento dos salários e nem a segunda parcela do 13º.
No total, 170 funcionários da empresa União, Comércio e Serviços Ltda. estão sendo prejudicados. O problema já foi denunciado por diversas vezes ao Ministério do Trabalho. Dessa forma, a empresa, já chegou a receber uma multa de R$ R$ 800 mil por conta dos atrasos.
União Comércio e Serviços
A empresa União Comércio está registrada no nome dos sócios administradores Antônia Pereira de Araújo e Gilmar Pereira de Araújo. Eles são parentes do senador Mecias de Jesus (Republicanos).
De acordo com a denúncia enviada à redação, os irmãos Gilmar e Antônia mantêm uma vida muito simples, que não condiz com os valores recebidos pela empresa. E como resultado, a sócia, inclusive, residia em uma casa simples no bairro Cambará, em Boa Vista.
Conforme pesquisas feitas no Diário Oficial do Estado (DOE) a empresa pode ter recebido mais de R$ 100 milhões entre 2014 e 2020 do Governo.
Citada
Procurada, a Sesau se limitou a informar que o pagamento da empresa está ocorrendo dentro do prazo administrativo legal, em até 30 dias úteis após o devido protocolo da nota, não podendo a empresa condicionar o pagamento de servidores em dia ao protocolo de nota na pasta.
Fonte: Da Redação