A jovem artista Livea do Carmo, de 23 anos, é natural de Rondônia (RO), no entanto, adotou o universo roraimense como berço cultural ainda na infância, onde aprendeu a desenvolver seu talento com desenhos ao lado de seu pai, Marcelo Dionísio, também artista plástico.
Desde 2019, Livea vive no Rio Grande do Sul, onde está concluindo o curso de Licenciatura em Artes Visuais pela UFPEL (Universidade Federal de Pelotas). Segundo a artista, a paixão pelos desenhos é um mix de emoção.
“Além do meu pai como autêntico influenciador, as animações cinematográficas também me encantam bastante e instigam o meu foco profissional, explicou.
Convite
Convidada para ilustrar a obra roraimense inédita do jornalista Michel Sales, Livea não pensou duas vezes em abraçar a oportunidade.
“Adoro a cultura dos povos originários, bem como a diversificação de sua arte. Roraima é uma região onde habitam várias etnias indígenas, e nessa convivência, todos se misturam rebuscando conhecimentos. Quanto ao convite do Michel, de cara eu abracei a ideia com entusiasmo e carinho. Adorei sua composição narrativa e dela extrai os detalhes mais sensíveis para coincidir meus traços com leveza e assegurar beleza ao enredo. Tive como referência especial as linhas do memorável Jaider Esbell para retratar também os buritizais, Cruviana, Tepequém, Monte Roraima e os bichos aos redores”, comentou.
Grafismo
Sobre o grafismo do Canaimé, Livea também resumiu o que é o Canaimé.
“Canaimé é um personagem mítico e sublime na crença das tribos Macuxi e Wapixana. Percebi no texto uma maneira específica de identificá-lo, quando num trecho é revelado o poder e a presença da entidade traiçoeira – “Um susto identifica Canaimé e ele está aqui, desabando o medo, a tristeza, a mudança, desfigurando o azul e as formas, agravando o caos, remetendo ao fim” – dessa narrativa eu ilustrei uma sombra com muitos olhos medonhos marcando a presença de Canaimé em toda Taumanan”, disse.
Simbologia
Além disso, a obra literária de Michel Sales também identifica outros personagens importantes da simbologia indígena roraimense.
“O livro deve ser lançado em breve, e toda a arte desenvolvida nele também está especialmente em preto e branco numa forma de aproximar o leitor da narrativa, remetendo a chance de colorir as concepções, permitindo sua integração na construção literária”, concluiu.
Fonte: Da Redação