A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar a suspeita de genocídio e omissão de socorro aos indígenas na Terra Yanomami em Roraima por parte do Governo Federal durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
As investigações são um pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino que enviou ofício ao o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues nessa segunda-feira (23).
Assim, o objetivo é investigar ligações de envolvidos com o garimpo ilegal. O que também inclui dono de maquinários, pilotos, ex-presidentes de órgãos, agentes públicos, e assim, verificar as suspeitas da responsabilidade com a crise sanitária que vive o povo Yanomami.
Pedidos de ajuda
Do mesmo modo, Flávio Dino disse ainda, que diversos pedidos de ajuda e a ausência de socorro aos povos indígenas, são elementos que reforçam a possível intenção de tentar ‘elimina-los’
“Mortes por desnutrição ou por doenças tratáveis, pouco ou nenhum acesso aos serviços de saúde, medidas insuficientes para a proteção dos Yanomami. Além do desvio na compra de medicamentos e de vacinas destinadas à proteção desse povo contra a Covid, conduzem ao cenário de possível desmonte contra indígenas ou genocídio”, disse.
Relembre
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) veio à Roraima no dia 21 e verificou as estruturas de atendimento à saúde indígena.
Após visita a instalações do hospital e Casa de Apoio Indígena (Casai) em Roraima, ele descreveu como “desumano” o cenário. E assumiu assim, o compromisso com caciques e outros representantes de dar dignidade aos povos. Além disso, Lula também prometeu acabar com o garimpo ilegal.
Assim, ele ainda demitiu 11 coordenadores distritais de saúde indígena do Ministério da Saúde. A decisão foi tomada após a pasta ter declarado emergência em saúde pública para combater a desassistência sanitária dos povos que vivem no território Yanomami.
‘Praticamente campos de concentração’
Na terça-feira (24) secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Weibe Tapeba, descreveu o cenário em que se encontram a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) em Boa Vista e o Polo Base Surucucu. ‘São praticamente campos de concentração’, disse.
Entre as ações para dar assistência aos povos indígenas, será a construção um hospital de campanha na capital de Roraima. Ele vai facilitar o tratamento dos doentes, bem como desafogar a Casai, que hoje conta com mais de 700 pacientes. Além disso, ele defendeu a instalação de outra unidade dentro na região do Surucucu.
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Fonte: Carta Capital