AGU pede informações ao Banco Central sobre cotação do dólar no Google

Moeda norte-americana estava cotada a R$ 6,38 no feriado de Natal

AGU pede informações ao Banco Central sobre cotação do dólar no Google
Foto: Agência Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu esclarecimentos ao Banco Central (BC) após a plataforma de busca Google exibir a cotação errada do dólar no feriado de Natal. Na tarde desta quarta-feira (25), a ferramenta exibiu a cotação da moeda norte-americana a R$ 6,38, quando os mercados financeiros estavam fechados.

Ao longo de todo o dia 25, a cotação correta estava em R$ 6,15, valor de fechamento do dólar no último dia 24. Sendo véspera de Natal, em que o pregão funcionou com horário reduzido. A AGU pediu ao Banco Central informações para avaliar o caso e esclarecer eventuais inconsistências no valor apresentado na plataforma digital.

Em nota emitida na noite de quarta-feira, conforme a AGU os dados enviados pelo Banco Central subsidiarão uma eventual ação da Procuradoria-Geral da União, órgão da AGU, contra o buscador Google.

A AGU pediu ao BC a cotação oficial no dia 25, o valor da moeda americana em outros países na mesma data. E ainda, se a cotação em outros países pode impactar o valor da moeda brasileira em pleno feriado.

“Recentemente, informações de fontes desconhecidas sobre a cotação real do dólar foram novamente veiculadas na plataforma Google. O câmbio Ptax é a cotação oficial no Brasil, não definido nesta quarta-feira pelo Banco Central devido ao feriado”, ressaltou a AGU em nota.

Taxa de Câmbio

Embora a Taxa Ptax, taxa média de câmbio ao longo do dia, seja usada pelo Banco Central, ela define apenas a indexação dos contratos vinculados ao governo. A exemplos, títulos da dívida externa, da dívida pública interna corrigida pelo câmbio, assim como empréstimos de instituições estrangeiras. A cotação instantânea e de fechamento dos mercados é definida em cada corretora, pois o mercado de câmbio é descentralizado, sem uma organização controladora.

Apesar de o mercado cambial funcionar de forma descentralizada, os bancos comerciais, os fundos de investimento, bem como os dealers (bancos ou corretoras autorizadas a funcionar como intermediários do Banco Central) podem influenciar o mercado. O BC também tem poder de interferir no câmbio, ao vender e comprar dólares. Apenas em dezembro, a autoridade monetária injetou cerca de US$ 30 bilhões das reservas internacionais no mercado.

Google informou que não vai comentar a iniciativa da AGU. Por outro lado, sobre a cotação, afirmou que os dados mostrados em tempo real na busca “vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros”. A empresa disse que trabalha com parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações. De acordo com a página da plataforma Google Finanças, os dados de bolsas de valores e da taxa de câmbio são fornecidos pela Morningstar, empresa americana de pesquisa de investimentos.

Fonte: Agência Brasil

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