Aulas presenciais são retomadas em Boa Vista após 18 meses de ensino remoto

Após 18 meses de ensino remoto devido à pandemia da Covid-19, os alunos das escolas municipais retornam hoje (13) às aulas presenciais em Boa Vista.

Uma rotina diferente da interrompida quando a doença chegou ao estado. Máscara, distanciamento e recomendações sanitárias passam a fazer parte do dia a dia da comunidade escolar.

Mais de 43 mil alunos de Boa Vista estavam sem aula presencial desde o dia 16 de março de 2020. Por isso, os estudantes e professores se adaptaram às plataformas virtuais para manter o aprendizado.

Contudo, para o retorno, foi adotado o modelo escalonado, ou seja, 50% da turma deve estudar de forma presencial, enquanto a outra metade estuda de forma remota. Assim, os dois grupos alternam a cada semana.

“Há um mês retomamos as atividades presenciais dos servidores. Também houve redução de casos de coronavírus e de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por consequência do avanço da vacinação, e foi possível retomar as aulas presenciais em Boa Vista”, explica o prefeito da capital Arthur Henrique (MDB).

Mudança para as aulas

Por outro lado, para receber os alunos, as escolas passaram por readequações para cumprir medidas sanitárias e evitar a propagação do vírus. Além disso, os pais e estudantes também precisam seguir as recomendações.

Ana Costa levou o filho de 9 anos à Escola Professora Edsonina de Barros Villa, no bairro Dos Estados, zona Norte.

Ela se diz confiante com o retorno do ensino presencial, e afirma que os servidores orientam os pais e estudantes a manter o distanciamento nas salas.

“Nós [pais] estamos nos sentindo seguros. A escola adotou todas as medidas de segurança. Além disso, as crianças não podem se abraçar, mas meu filho já está acostumado. Então, acredito que ele vai seguir as regras”, fala.

Pais

Conforme o pai Eduardo Gomes, o retorno das aulas representa um avanço para a Educação. Ele comenta que é uma alegria ver o filho voltar a estudar.

“Ele é venezuelano. É difícil para ele aprender em casa, não é a mesma coisa que na escola. As professoras são valentes por estarem retornando e ajudando as crianças. Temos que nos cuidar para tudo melhore”, disse.

Para Fernanda Magalhães Teixeira, que também é mãe de um dos alunos, o apoio dos servidores tem auxiliado os responsáveis a levar os estudantes às escolas.

“Entendo que muitos pais estão preocupados devido à pandemia, com receio de trazer os filhos para a escola, mas eu vejo que o município dá o maior apoio. Eles estão aferindo a temperatura, disponibilizando álcool em gel, assim como toda a segurança possível. Vai dar tudo certo. Além disso, as crianças precisam da ajuda dos professores”.

Servidores

De acordo com Marcos Melo, servidor público há 32 anos, a escola do bairro Dos Estados orienta os estudantes já na entrada na unidade.

Ele explica que, na portaria, os pais são orientados a levar os filhos até o portão correto. Os alunos do 1º ano, por exemplo, entram pelo portão ao lado. Já os estudantes a partir do 2º ano entram pelo portão principal.

“Trabalhamos com amor e carinho e seguindo todos os protocolos de segurança, as crianças trazem duas máscaras, a própria garrafa, e nós ajudamos a manter o distanciamento”, explica.

Já na Escola Pró-Infância Airton Oliveira Dias, bairro Paraviana, zona Leste, a diretora Reumá Ramalho diz que os professores passaram por acolhimento, usam viseiras de proteção facial, e priorizam o distanciamento com a marcação nas cadeiras.

“Nossa equipe está preparada para este momento. Com relação aos servidores, foi feito o acolhimento para que todos se sentissem preparados, estamos unidos para trazer um serviço de qualidade para as crianças e as famílias”, finaliza.

Para a professora Djenane Almeida, as aulas presenciais devem melhorar significativamente o aprendizado dos alunos.

“Procuramos atividades dinâmicas que acolhessem os alunos, pois muitos deles estavam receosos. Por isso, nesse contexto, eles não compartilham materiais[…] Também estava ansiosa com o retorno, pois trabalhar remotamente não é a mesma coisa que trabalhar em sala de aula “, disse.

Por Yara Walker