Moradores e comerciantes de Uiramutã denunciaram que um grupo de indígenas montaram uma barreira na comunidade indígena Uiramutã Ken para fiscalizar mercadorias.
De acordo com os denunciantes, a abarreira está dentro do perímetro urbano, em um bairro da cidade e não em uma comunidade indígena.
Entretanto, os indígenas que vivem no local estão agindo como agentes fiscalizadores e impedindo que guianenses comprem no município e que moradores possam vender na Guiana.
“Dentro do perímetro urbano existia indígenas que moram lá. E antes eles diziam que era comunidade. Só que foi homologado o perímetro urbano do município. Lá não é mais comunidade, lá é um bairro de Uiramutã. E eles querem dizer que lá é comunidade, que não podem passar, não podem levar bebida alcóolica, não podem isso e não podem aquilo”.
“Com essa barreira ilegal dentro do perímetro urbano, dentro da cidade de Uiramutã, eles estão impedindo os guianeses de virem fazer as compras. E impedindo também os brasileiros daqui de levar para vender na Guiana”
Eles não têm poder de polícia. Eles não cuidam da fronteira. Quem cuida da fronteira é o exército, Sefaz. E aqui no Uiramutã não tem isso. Não tem Guarda Municipal! Como é que o prefeito dá poder para eles agirem como Guara Municipal?”, questionou.
Prefeitura
Ainda de acordo com a denunciante, os comerciantes já procuraram o prefeito Benísio Roberto. No entanto, não receberam nenhuma resposta.
“O prefeito compactua. Por que que o prefeito em vez de fazer esse tipo de coisa, por que que ele não entra em contato com o MP, o Ministério Público Federal, ou com a Polícia Federal ou com o majoritário lá do Exército e pede para o Exército fazer uma fronteira? Porque na verdade, quem é fronteira, tem que ser fiscalizado o quem vem de lá para cá. E não o que sai daqui para lá”.
A reportagem procurou o prefeito Benísio Roberto, mas ele não respondeu aos questionamentos.
Boletim de Ocorrência
Um boletim de ocorrência registrado no dia 1º de abril relata que o grupo, que disse ser da segurança indígena da região, abordou uma família que estava em uma canoa na beira do rio Maú aguardando compras de alguns produtos para venda na Guiana.
Conforme o registro, eles detiveram dois adolescentes de 14 anos e os mantiveram no local por várias horas. Os jovens afirmam terem sido agredidos com socos e chutes na cabeça. Eles foram resgatados apenas no dia seguinte.
A reportagem procurou o Ministério Público Federal (MPF), o Conselho Indígena de Roraima (CIR) e a Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima (Sodiur), e aguarda resposta.
Em nota, a Sodiur informou que já tomou providências junto ao MPF. O grupo teve uma reunião com o procurador e solicitou providências em documentos, juntamente com provas de agressão, vídeos e fotos que comprove irregularidades. “Deixamos claro que a Sodiur não compactua com essa barreira e já temos data marcada na comunidade Caranapã do lado da Guiana, com todas as nossas lideranças das serras para resolver essa situação”, concluiu a nota.
Fonte: Da Redação