A Prefeitura de Boa Vista deu início nesta quarta-feira, 4, a uma série de consultas públicas como parte do desenvolvimento do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS). Uma das primeiras atividades foi voltada à escuta da primeira infância, envolvendo crianças de escolas da rede municipal de ensino.
As consultas ocorreram nos turnos matutino e vespertino na Escola Municipal Newton Tavares, no bairro Calungá, e na Escola Glemíra Gonzaga Andrade, no bairro Cidade Satélite. Durante as dinâmicas, as crianças desenharam seus trajetos de casa para a escola, representando elementos do cotidiano, como ruas, árvores, assim como estabelecimentos, além de apontarem percepções sobre o percurso.
Durante as atividades, elas expressaram suas opiniões sobre o ambiente urbano. Ruth Freire de 11 anos, por exemplo, avaliou o trajeto em seu bairro. “Quando venho para a escola, não tem buraco nenhum. Tá tudo muito bom lá na rua de casa até chegar na escola”, disse.
Já Arthur Rircate, de 10 anos, destacou a importância de se pensar nas necessidades dos outros. “Eu acho que deveria ter um ônibus para passar em todas as casas e pegar quem não pode vir de moto ou carro. Aprendi que tenho que pensar no próximo, porque nem todo mundo tem as mesmas condições”, completou.
Importância da escuta infantil
Ricardo Freitas, arquiteto e urbanista da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur) é integrante do comitê gestor do PMUS. Ele destacou o papel fundamental da escuta infantil para o diagnóstico urbano. Além disso, explicou que crianças em transição para maior autonomia, como ao começar a frequentar a escola sozinhas, oferecem percepções valiosas sobre segurança e acessibilidade.
“As crianças já começam a sair de casa para atividades no ambiente externo. Entender esse comportamento é essencial para nossas ações no plano de mobilidade”, afirmou Ricardo.
Foco no futuro da mobilidade
O PMUS de Boa Vista tem como objetivo principal melhorar a acessibilidade e segurança no trânsito, fortalecendo assim o transporte público e promovendo igualdade no acesso à mobilidade urbana. As percepções coletadas nas consultas públicas serão integradas ao diagnóstico e às propostas de ação, garantindo que o plano contemple diferentes faixas etárias e necessidades da população.
Fonte: Da Redação