Em quatro dias, 53 mulheres sobreviventes de violência doméstica solicitaram medidas protetivas em Boa Vista. O número compreende o período entre a sexta-feira (22) e a segunda-feira (25), e foram extraídos do Processo Judicial Digital (Projudi). Conforme a defensora pública Terezinha Muniz, titular da Defensoria Especializada de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, esses dados são acompanhados diariamente.
“Quando falamos de números, talvez para algumas pessoas eles não pareçam alarmantes. Mas para nós, que trabalhamos com o atendimento de mulheres em situação de violência, esses dados são preocupantes”, disse a defensora. Ela destacou ainda que somente na segunda-feira houve 19 solicitações.
O combate e prevenção à violência doméstica e sexual é o foco da campanha mundial “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas”, apoiada por órgãos integrantes da rede de atendimento e proteção à mulher.
Iniciada no último dia 20 de novembro, em Roraima, a campanha tem as atividades promovidas pela Coordenação Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres e pela Casa da Mulher Brasileira, que inclui órgãos do sistema de justiça, segurança, saúde, educação e assistência social.
A defensora destaca ainda que Roraima está entre os estados com maiores índices de violência sexual contra mulheres e meninas no Brasil, como aponta o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Casos de agressão física e sexual envolvendo crianças, adolescentes e idosas são recorrentes, refletindo a gravidade da situação.
“Nos temos consciência que é um trabalho muito desgastante na medida em que a gente se depara diariamente com os demais diversos tipos de mulheres agredidas. A violência doméstica ocorre só na periferia? Não. Violência doméstica ocorre em todos os lares e atinge mulheres e meninas de todas as idades”, enfatizou a defensora.
Programação
As ações dos 21 Dias de Ativismo incluem palestras, capacitações e orientações ao público sobre formas de prevenção e denúncia. A campanha visa não apenas educar a sociedade, mas também reforçar os direitos e o acolhimento das vítimas. A programação acontece tanto na capital como no interior.
Fonte: Da Redação