Fachada da UFRR/Foto: Divulgação
Um estudante de medicina na Universidade Federal de Roraima (UFRR), de 24 anos, foi afastado das atividades acadêmicas da instituição após ser denunciado por publicações racistas e discursos de ódio em sua conta na rede social X (antigo Twitter).
Ao Roraima em tempo, colegas de classe de jovem relataram que, por diversas vezes, o aluno apresentou comportamentos e comentários inadequados. Se expressando de forma preconceituosa em redes sociais, e por causa disso, evitavam se relacionar ele.
No X, o acadêmico fez várias publicações ofensivas em sua rede social contra a população negra, LGBTQIA+, mulheres, além de declarações xenofóbicas. Em uma das postagens, ele escreveu: “Sempre irei militar em favor do preconceito. O mundo está faltando muito em preconceito”.
Segundo uma das colegas, que preferiu não se identificar, os comentários do acadêmico vão além da internet. Em sala de aula, de acordo com ela, o aluno já opinou de forma controversa sobre temas como suicídio, estupro e outros tópicos sensíveis.
“Um dia eu achei o perfil dele no X e fiquei chocada com as postagens. Em uma aula do módulo de psiquiatria, o professor perguntou sobre o que achávamos sobre o suicídio. Ele levantou a mão e falou que pessoas que se suicidavam iriam para o inferno. Pois elas não tinham fé e eram pecadoras”, relatou a estudante.
“Também houve uma situação no módulo de GO [Ginecologia e Obstetrícia], no quarto ano, em que ele citou medicamentos que poderiam ser utilizados, como ‘boa noite, Cinderela’. Pois o tema do tutorial era sobre aborto e abuso sexual”, complementou a jovem.
O jovem foi denunciado pelos próprios colegas à coordenação do curso de medicina e, com isso, a UFRR abriu um processo administrativo. O aluno foi afastado no dia 22 de abril por tempo indeterminado
Conforme a colega de classe do acadêmico, mesmo afastado das atividades disciplinares do curso, ele ainda chegou a comparecer no internato, estágio obrigatório para alunos de medicina. “Informamos aos médicos sobre a suspensão dele e pediram para ele se retirar”, pontuou a estudante.
Em nota, o aluno disse estar ciente da repercussão das declarações feitas em seu perfil na rede social. Ele destacou que as declarações não refletem o modo como atua e trata as pessoas ao seu redor. (veja a nota na íntegra ao final desta reportagem).
Em nota, a Universidade Federal de Roraima (UFRR) informou que já tomou conhecimento da denúncia por meio de seus canais oficiais de comunicação com a comunidade acadêmica e a sociedade, como a Ouvidoria.
Diante do fato, a instituição disse que adotou as providências cabíveis e constituiu, conforme previsto no Estatuto e Regimento da Universidade. Uma comissão de apuração com a devida representação discente. O processo foi instaurado no dia 08 de abril de 2025, e a primeira medida deliberada por essa comissão foi o afastamento do aluno nas atividades acadêmicas. Decisão essa, efetivada no dia 22 de abril de 2025, por tempo indeterminado.
A UFRR destacou que o processo segue em trâmite no âmbito da unidade acadêmica vinculada ao discente. E da mesma forma, assegura ao estudante o pleno direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme preceitos legais e normativos vigentes.
Ressaltou ainda que, sobre a temática em questão: a UFRR possui a Resolução CUNI/UFRR nº 091, de outubro de 2023, que estabelece normas e procedimentos adotados em casos de assédio moral, assédio sexual, violência étnico-racial, de gênero e de sexualidade, além de outras formas de preconceito e discriminação no âmbito da Universidade.
Além disso, a UFRR reforçou que condutas que configurem crime, podem e devem ser alvo de denúncias por qualquer cidadão diretamente aos órgãos competentes. Disse também que existe um canal de deúncias por meio da Plataforma Fala.BR, da Ouvidoria da UFRR, pela Direção ou Chefia da Unidade/Setor.
Ainda conforme a instituição, a Universidade observa que pode apurar e responsabilizar condutas ocorridas no âmbito de sua atuação institucional, conforme previsto em seus normativos internos. Casos que envolvam desrespeito, ofensa ou assédio moral às autoridades constituídas ou a membros da comunidade universitária podem configurar infrações disciplinares previstas no Art. 109 do Regimento Geral da UFRR.
Acusaram-me de utilizar o meu Transtorno Espectro Autista (TEA) para me vitimizar e me eximir de responsabilidades. Algo que nunca ocorreu. Tal argumento culminaria em admissão de culpa diante das acusações de caráter. O que eu reiteradamente nego de pronto.
Tenho ciência da repercussão das declarações contidas unicamente em meu twitter pessoal e privado, que possuía a função de atuar como válvula de escape onde eu distorcia o que eu pensava violentamente.
A princípio deixo claro que essas declarações não refletem o modo como atuo e trato as pessoas ao meu redor, independente de raça, cor ou sexualidade. Meu histórico no trabalho de atendimento ao público comprova isso, não somente, mas em todo grupo social que já participei não faltei com respeito com servidores, alunos ou membros em geral da comunidade.
O que direi a seguir não se trata de justificar o injustificável, mas de demonstrar que nem tudo foi interpretado da maneira correta, pois o significado real não era o óbvio.
A título de exemplo, quando utilizei o termo “macaco”, onde na utilização comum costuma ser associado a cunho racista, eu por outro lado, utilizo para descrever “comportamento de primata”, prova disso é que em se tratando dos negros nunca os associei com esse termo de modo vinculante, em outras situações que convenientemente não expuseram eu utilizo o mesmo termo para criticar pessoas brancas que estariam causando “involução civilizacional”.
O que soa como uma justificativa esdrúxula e falsa é reforçada pelo próprio contexto do que declarei sobre o Brasil em outro tweet exposto, pois foi-se o tempo que em nosso país a brasilidade era associada a virtudes, capacidades de superação e honra diante de dificuldades, o que eu enxergo é a brasilidade associada a objetificação sexual publica, defesa de vícios e tendências a trapaça como meio de ganhar vantagem injusta. Uma orientação pelas sensações que culmina em erosão civilizacional é um fenômeno que metaforicamente eu constantemente atribuo a macacos por uma questão de irracionalidade e falta de evolução.
Neste caso, o que atribuíram como racismo, era na verdade uma crítica informal.
Admito porém, que falta de clareza em declarações gere interpretações negativas e nem culpo quem não tenha compreendido. Os escassos caracteres do Twitter impedem uma melhor desenvoltura e meus posts não eram debates. Portanto o que mal escrito foi, mal lido é.
Admito também que ressentimento e frustração levaram a comunicação violenta associada com questões não resolvidas, o que prontamente trato com o psiquiatra e acima de tudo afirmo com consciência limpa que nunca destratei os pacientes e pessoas vulneráveis tal como não destratei autoridades e nem mesmo os iguais no ambiente de vivência.
Fonte: Da Redação
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