Ex-servidores da Cerr denunciam advogado por ilegalidades em procuração para pagamento de dissídios

De acordo com denunciantes, advogado tomou decisões sobre pagamentos sem autorização

Ex-servidores da Cerr denunciam advogado por ilegalidades em procuração para pagamento de dissídios
Fachada da Cerr em Boa Vista – Foto: Divulgação/Governo de Roraima

Ex-servidores da Companhia Energética de Roraima (Cerr) denunciaram ao Roraima em Tempo que assinaram uma procuração para o advogado do Sindicato dos Urbanitários de Roraima (Sitiurr), para representá-los no processo de dissídios coletivos.

De acordo com um dos denunciantes, ao ser retirado do sindicato, o ex-presidente, criou um grupo de WhatsApp e solicitou que todos assinassem uma nova procuração particular para que o  mesmo advogado continuasse os representando.

Dessa forma, o denunciante alega que, depois disso, não recebeu mais retorno do advogado. Nem sobre os valores acordados, bem como sobre o desfecho do acordo com a Cerr. Entretanto, no dia 29 de setembro, os ex-funcionários souberam por terceiros que ocorreu o pagamento da primeira parcela do acordo.

“A partir daí começou a nossa peregrinação em correr atrás do advogado para receber o dinheiro. Fui três vezes em seu escritório que funciona na casa dele e ele não me recebeu. Depois me mandou a primeira parcela, no valor de R$ 499,00. Questionei o valor e pedi a cópia do acordo extrajudicial firmado junto a Cerr. Ele disse que estava ocupado com as transferências para mais de 80 pessoas, e que inclusive, que eu poderia desistir do acordo. Me coagiu a devolver o dinheiro para a conta dele e disse que iria cancelar o meu acordo junto a Cerr”, explicou.

Procuradora da Cerr recebeu R$ 530 mil

Ainda conforme o denunciante, após insistir em pedir a cópia do acordo, o advogado resolveu enviar. Nesse interim, descobriu que estaria pagando 45% do seu dissídio. Sendo 30% para o advogado contratado e mais 15% para a procuradora da Cerr.

De acordo com comprovante, o advogado fez um pagamento de cerca de R$ 530 mil à procuradora da Companhia, Amanda Dias.

Desse modo, os ex-servidores da Cerr acreditam que o advogado pode ter recebido o valor total do acordo, e não apenas a primeira parcela como havia repassado a eles. E que até a presente data ainda tem servidores que não receberam a primeira parcela.

Conforme planilha repassada pelo próprio advogado, o valor total do acordo é de R$ 1.967.098,83 já com o desconto dos 45% dividido para os 80 ex-funcionários. Por outro lado, segundo os denunciantes, o valor que o advogado repassou para eles foi de R$ 119.218,11 referentes à primeira parcela.

De acordo com as informações, o advogado fez um acordo com a procuradora sem a anuência deles. Ou seja, os ex-funcionários não foram consultados.

A procuradora da Cerr afirmou ao Roraima em Tempo que os ex-servidores sempre estiveram cientes da procuração.

Denúncia na OAB

Diante da situação, parte dos ex-servidores da Cerr procurou a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Roraima (OAB-RR). Então registraram representações contra o advogado. Eles pediram que o homem faça a prestação de conta.

“Como não tem contrato, apenas uma procuração, foi questionado também em relação aos 30% que ele descontou tudo na primeira parcela e mais esses 15% que ele está tirando sem o nosso conhecimento. Nós não tínhamos conhecimento desse acordo que ele firmou em nossos nomes”, explicou uma ex-servidora.

Boletim de Ocorrência

Além disso, uma ex-funcionária de 63 anos, registrou um Boletim de Ocorrência contra o advogado do caso. É que ela também questionou o valor recebido da primeira parcela, e o advogado solicitou que devolvesse o dinheiro. Conforme o B.O, a idosa devolveu o valor e o advogado a bloqueou no APP de mensagens.

O que diz OAB-RR, a Cerr o advogado

A OAB-RR disse em nota que “O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente”.

A reportagem também procurou a Cerr, mas a mesma não se manifestou. Do mesmo modo, o advogado denunciado não se manifestou nem atendeu às ligações da reportagem.

Fonte: Da Redação

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