A gestante de gêmeas Gleyciane do Nascimento, relatou à reportagem nesta quarta-feira (18) que aguarda Tratamento Fora do domicílio (TFD) após um das bebês receber diagnóstico de hidropsia que é o acúmulo anormal de líquido em dois ou mais compartimentos fetais. No entanto, em razão da burocracia, Gleyciane espera há mais de um mês e o tempo é um fator importante para salvar a vida das bebês.
Entenda
A mulher, gestante há quase 6 meses de gêmeas, ficou internada na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth com um quadro de Pressão Alta. Após ir a um especialista, ela então recebeu diagnóstico de Sindrome de Transfusão Feto-Fetal estágio IV. Contudo, Gleyciane precisa de uma cirurgia que não é feita no estado.
“Minha pressão estava muito alta e na ultrassom, foi apontado que uma das bebês estava muito inchada. Então fui encaminhada para um especialista fetal que deu o diagnóstico de Sindrome de Transfusão Feto Fetal que é muito rara e precisa de cirurgia, no entanto aqui em Roraima não faz” disse.
Ela ainda explicou o que é a síndrome. “Uma das bebês está recebendo mais sangue do que a outra. E a cirurgia seria feita para tentar equilibrar o fluxo de sangue. Demos entrada antes do natal, assim que recebi o diagnóstico. Então me deram alta e disseram então que não podiam fazer mais nada por mim,” disse.
Riscos
Ainda de acordo com a gestante das gêmeas, com a demora a criança poder vir a morrer, conforme o médico.
“Os riscos são que ela está ficando cada dia mais inchada, o coração dela está grande e ela pode entrar em óbito a qualquer momento. Foi o que o médico falou. Quanto mais se agrava, mais ela vai inchando. E, enquanto isso, a outra vai diminuindo de tamanho, Ou seja as duas estão correndo riscos. O médico disse que eu também estou em risco. Porque está tendo desequilíbrio de liquido eu posso entrar em trabalho de parto e pode ocasionar um parto prematuro”
Direitos
Gleyciane expôs o caso redes sociais após procurar a Defensoria Pública.
“Procurei a defensoria. Mas ficam dando prazos. Vão fazer uma nova pericia, sendo que isso já foi feito. Enquanto isso o tempo vai passando e enquanto isso a gente vai correndo riscos. Quando entro em contato só me pedem para esperar. Não sei mais o que fazer. Condições para ir por conta própria eu não tenho”, disse.
A Grávida pede ainda que os órgãos responsáveis olhem com atenção para o seu caso.
“A gente não tem uma resposta, só me pedem para aguardar. O caso é grave, e pelo Sus a burocracia é grande. Eu tive que parar de trabalhar porque o médico me mandou ficar em repouso. São três vidas que estão correndo risco, e enquanto isso eu estou esperando, mas até quando, até elas morrerem?”
Citados
A reportagem entrou em contato com o Governo de Roraima e também com a Defensoria Pública para informações sobre o caso. Assim, a Defensoria Pública havia dado um prazo de 48h para que a Sesau se manifestasse sobre o caso. Diante da demora, A Defensoria ingressou com a demanda judicial contra o Estado de Roraima.
Agora, o processo tramita perante o juizado Fazendário da comarca de Boa Vista e foi despachado pelo Magistrado, determinando a remessa ao Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NATJUS) para elaboração de nota técnica sobre o caso, bem como determinando a intimação da Secretaria Estadual de Saúde para se manifestar, assinalando o prazo de 72 horas concomitantes para ambos
Já a Secretaria de Saúde (Sesau) disse que aguarda retorno da Regulação do Ministério da Saúde quanto a disponibilidade de vaga. E que, até o momento houve “respostas negativas das regulações de Brasília, Recife e São Paulo.”
Fonte: Da Redação