O Ibama irá montar mais uma barreira na Terra Indígena Yanomami. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva fez o anúncio na noite deste sábado (4), juntamente com o presidente do Instituto, Rodrigo Agostinho.
Rodrigo avaliou os primeiros 30 dias de trabalho como positivos. Além disso, revelou que a operação será permanente.
“Nós estamos instalando uma segunda barreia fluvial. A nossa avaliação até aqui é muito positiva. A nossa estratégia é permanecer no campo. Nossa operação vai ser duradoura. Não é uma operação que vai ser pontual. Ela vai permanecer para a retomada do território Yanomami e devolver a terra [para o povo Yanomami”.
Do mesmo modo, ele afirmou que tanto a primeira como a segunda barreira são de grande importância para o controle da TI.
“É uma união de esforços, do Governo Lula para que a gente possa garantir os direitos dos povos indígenas. […] a barreira do Palimiu tem sido muito importante para controlar a entrada e saída dos garimpeiros”.
A luta continua
Davi Kopenawa, líder dos Yanomami, é militante da causa há quase 40 anos. Para ele, a saída de garimpeiros da terrá é um alívio para o seu povo.
“Há 48 anos que eu luto pelo direito do meu povo Yanomami. […] Então nós vamos continuar lutando. A luta não vai parar porque é nosso direito, é nosso lugar, as nossas comunidades aonde a gente mora há muitos anos”.
Controle
Em contrapartida, Marina Silva destacou que a crise dos Yanomami se tornou conhecida em todo o mundo. “Nesse momento todo o mundo está vendo aí o que está acontecendo com as crianças Yanomami, com as mulheres Yanomami”.
Além disso, ela disse que as barreiras irão proporcionar o controle de quem e do que entra e sai da região.
“Nós queremos estrangular a entrada do suprimento do garimpo criminoso dentro da terra indígena Yanomami. E fazer esse estrangulamento é não deixar entrar combustível, é não deixar entrar alimentação. É não deixar entrar garimpeiro. É não deixar sair o produto criminoso do garimpo que é o ouro e a cassiterita. E é criar as condições para que o povo Yanomami possa sentir confiança”.
Investigações
Sobre os financiadores dos garimpos ilegais, a ministra disse que eles serão responsabilizados, pois eles precisam “pagar o preço”.
“Eu disse recentemente lá na Suíça que muita gente pode estar aqui adornando com ouro a custa de sangue, de vida, de violência. Muita gente que financia essa infraestrutura precisa pagar o preço. Quem financia estava esgravatando os dente até bem pouco tempo, mas a Polícia Federal está investigando. O ministro Flávio Dino, que também esteve aqui também está investigando”.
Por outro lado, questionada sobre a entrada de Chico Rodrigues na Terra Yanomami no feriado de Carnaval, a ministra disse que todas as ações ilegais estão sob investigação.
“Todas as ações que sejam ilegais, se estão sendo investigadas serão investigadas. Quando se tem uma denúncia, ela deve ser encaminhada para os órgãos competentes, feita a devida investigação é tomada as medidas de acordo com a comprovação daquilo que está sendo denunciado”.
Por fim, Marina ressaltou a transparência com que o Governo Federal vem tratando a questão. “O Governo tem uma diretriz de controle e de participação da sociedade. E é por isso que estamos sendo transparentes”.
Fonte: Da Redação