O combate à violência contra a mulher é uma pauta urgente e essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Em agosto de 2015, a Prefeitura de Boa Vista implantou a segunda Patrulha Maria da Penha do Brasil para oferecer suporte às vítimas de violência doméstica.
Composta por 16 guardas, sendo 8 mulheres e 8 homens, a Patrulha Maria da Penha de Boa Vista garante o cumprimento de Medidas Protetivas de Urgências (MPUs), expedidas pelo Poder Judiciário. De acordo com a agente Jessyka Pereira, integrante da corporação, ao longo dos anos, mais de 10 mil mulheres receberam assistência.
“Não se pode mais falar em enfrentamento à violência doméstica sem citar a Patrulha Maria da Penha de Boa Vista. Hoje, não temos mulheres com medidas protetivas que estão desassistida na cidade, pois possuem o acompanhamento da Patrulha Maria da Penha. É uma forma de fazer com que essa vítima se sinta mais segura”, disse.
Apoio às vítimas
A violência contra a mulher se manifesta de diversas maneiras, como física, psicológica, sexual, bem como financeira, o que impacta profundamente a vida das vítimas. A fisioterapeuta Carol Queiroz, por exemplo, foi vítima de violência doméstica e precisou receber o apoio da Patrulha Maria da Penha.
“Recebi um atendimento incrível em um momento que eu estava muito fragilizada e que eu sequer sabia que a medida protetiva existia além de um papel. Foi indispensável tê-los na minha casa, contar com o acolhimento da patrulha, o respeito e saber que eu estava protegida. Foi um divisor de águas”, relatou.
Cooperação entre os órgãos
Esse apoio às vítimas ocorre devido ao termo de cooperação técnica com o Tribunal de Justiça de Roraima. Conforme a representante do Setor de Enfrentamento à Violência Doméstica (CEVID/TJRR), Cristina Sousa, o trabalho colaborativo tem tido frutos positivos.
“São nove anos de parceria com a Prefeitura de Boa Vista para fazer esse trabalho. É um esforço contínuo da equipe da Patrulha Maria da Penha para acompanhar mulheres que têm medidas protetivas de urgência. É um estreitamento de relacionamento que a patrulha tem com as vítimas”, destacou.
Dados da Patrulha
Nos últimos dois anos, a Patrulha Maria da Penha acompanhou o cumprimento de 3.760 medidas protetivas e visitou 19.037 vítimas. Além disso, os dados também registram 95 conduções de agressores por descumprimento e 28 por violência doméstica, além de crimes comuns. Desde 2016, foram 6.391 medidas protetivas acompanhadas pela Patrulha Maria da Penha.
Sala Lilás
Na sede da Patrulha Maria da Penha, a Prefeitura de Boa Vista vai inaugurar nesta quarta-feira, 7, a “Sala Lilás”, espaço de acolhimento às mulheres vítimas de violência doméstica atendidas pela equipe. O espaço contará então com psicólogo e assistente social. A sala de acolhimento é organizado com espaço kids e ambiente climatizado.
Lei Maria da Penha
Sancionada em 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha completa 18 anos de enfrentamento à violência contra a mulher em todo o país, com mecanismos para coibir e prevenir abusos. Já em 2022, foi sancionada a lei que instituiu o “Agosto Lilás”, mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres.
Fonte: Da Redação