A nova balsa do Passarão, inaugurada em julho deste ano, quebrou mais uma vez na última quarta-feira, 6, e moradores da zona Rural de Boa Vista seguem isolados na manhã desta segunda-feira, 11.
Segundo informações obtidas pela reportagem, o problema teria sido causado pela queima de uma peça chamada inversos. Enquanto isso, os moradores precisam pagar de R$ 5 a R$ 50 reais para atravessar o rio e transportar veículos em balsas menores.
Na manhã de hoje, uma caminhonete da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, caiu da única balsa em operação na região. Os moradores culpam o Governo do Estado pela situação.
“O motorista que deu a ré de uma vez. Carro novo do polo Vista Alegre. O carro está debaixo da balsa trombetas”, disse um morador. “O único culpado nisso tudo é o Governo. A balsinha está ali como suporte e tem ajudado muita gente. Pode ter sido um descuido do ‘motora’ do carro”, acrescentou outro.
Procurada, a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas disse que a balsa está temporariamente fora de operação devido ao baixo nível do rio, que causou a quebra do reversor do equipamento. Informou ainda que desde quinta-feira, 7, a Pasta está trabalhando na solução do problema, mas a peça necessária foi localizada apenas em São Paulo. A previsão é que até a noite desta segunda-feira, 11, a balsa estará funcionando.
Dificuldades
Moradores de cerca de 40 comunidades na região do Passarão dependem da balsa do Governo para terem acesso à zona urbana e realizar uma série de demandas.
Entretanto, eles enfrentam dificuldades constantemente com a balsa do Passarão, que quebra com frequência. O Governo do Estado chegou a alugar uma balsa por R$ 2,2 milhões em janeiro deste ano, enquanto a nova estava a caminho. Mas, em um intervalo de 40 dias, a mesma quebrou três vezes.
Em dezembro do ano passado, a balsa chegou a ficar parada por mais de 20 dias. Desse modo, para não deixar os moradores isolados, a Prefeitura de Boa Vista realizou a travessia gratuita das pessoas pelo rio Uraricoera. O serviço ocorreu por meio da Defesa Civil Municipal.
Ponte prometida
Para solucionar o problema, a atual gestão vem prometendo a construção de uma ponte sobre o rio Uraricoera há vários anos.
Desde 2021 que existe uma emenda parlamentar de R$ 57 milhões para a construção da ponte no local. No entanto, o projeto, que estava concluído em 2022, não saiu do papel.
Além disso, para a obra, o Governo terá que investir R$ 20 milhões de recursos próprios. Contudo, no ano passado, depois de ter o mandato cassado, o governador Antonio Denarium (Progressistas) decidiu fazer um empréstimo de mais de R$ 800 milhões.
No plano de aplicação do empréstimo, está a contrapartida do Estado para a construção da ponte do Passarão. Mas lá, o valor indicado pelo Governo é de R$ 43 milhões. Ou seja, R$ 23 milhões a mais que o valor inicial.
Fonte: Da Redação