Cidades

Indígenas de Roraima participam da COP26, na Escócia

A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima(COP26) recebe a maior delegação de indígenas da história. Para representar Roraima, a programação conta com a presença de Jéssica Maria e Sineia do Vale, do povo Wapichana.

Elas desembarcaram nesta semana em Glasgow, Escócia, cidade onde o evento ocorre. No total, a conferência reúne 196 países que assinaram o Acordo de Paris, que trata sobre a emissão de gases de efeito estufa. A programação iniciou no último dia 31 de outubro e segue até 12 de novembro.

Ontem (4), Sineia do Vale apresentou o Projeto Cruviana de Energia Eólica na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. As duas representam o Conselho Indígena de Roraima (CIR) na programação.

“Vamos falar sobre justiça climática, de queimadas, energia limpa. Os povos indígenas do mundo todo estarão participando, com certeza de todas as agendas”, disse Sineia através das redes sociais do CIR.

Conforme a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a delegação busca denunciar o genocídio indígena, bem como o cenário dos povos originários diante da Covid-19. Além disso, Jéssica Maria comentou a importância do espaço para o diálogo.

“Será um espaço para trocar experiência com povos indígenas de outros países. Que os líderes dos países estejam sensíveis a buscar soluções, investir em quem contribui diretamente com as barreiras das mudanças climáticas. Pois acreditamos que os conhecimentos tradicionais podem contribuir com o objetivo da COP26″, afirmou.

COP26 e povos indígenas

A conferência tem como objetivo discutir pautas sobre clima e o meio ambiente, assim como efetivar acordos para diminuir os impactos ambientais. A participação expressiva dos povos indígenas ocorre em meio à denúncias sobre garimpo ilegal e desmatamento em Roraima.

Conforme dados do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), a área com exploração ilegal de madeira em Roraima correspondeu a mais de 5 mil campos de futebol em um ano.

De acordo com o levantamento, na divisa com o Pará e o Amazonas, os territórios indígenas Waimiri-Atroari e Trombetas/Mapuera registraram exploração ilegal de madeira. As áreas são equivalentes a mais de 160 campos de futebol.

“O Brasil, que originariamente era todo Terra Indígena, hoje reserva apenas 13,8% do território nacional aos seus povos originários. E essa porção do território é a que se manteve mais preservada nos últimos 35 anos, representando menos de 1% do desmatamento no Brasil no período, conforme dados do Mapbiomas”, destaca a Apib.

Assim, nesta semana, países se comprometeram em destinar R$ 10 bilhões para os povos originários ao redor do mundo, para proteger os territórios indígenas.

A programação da conferência está disponível no canal do Youtube do evento.

Fonte: Da Redação

Samantha Rufino

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