A Justiça de Roraima determinou o uso de tornozeleira eletrônica a um policial militar, segurança do governador Antonio Denarium (PP), por agressão e perseguição a uma ex-amante, de 27 anos.
A decisão é do dia 22 de maio. O documento também concede o “botão de pânico” à vítima, que também sofreu ameaças de morte da esposa do militar.
Ele é o segundo policial militar ligado ao governo envolvido em crimes neste mês. O também segurança de Denarium Helton Jhon Silva de Souza, 48 anos, foi preso no dia 10 maio acusado de participar de um duplo homicídio no Cantá, interior de Roraima.
Outro documento da Justiça emitido no dia 21 de maio determinou a suspensão do porte/posse de arma de fogo, sendo a PM responsável por informar à Justiça se a determinação foi atendida e se a arma foi recolhida.
Entenda o caso
A vítima, uma estudante de 27 anos, registrou Boletim de Ocorrência no dia 24 de abril deste ano contra o policial e a esposa dele, por agressão, ameaça de morte e perseguição virtual.
Conforme relatou, a vítima tinha um relacionando de um ano e seis meses com o PM, que é casado. Em determinado ponto do vínculo, o policial apresentou a estudante à esposa dele e os três começaram a sair juntos.
Entretanto, a vítima resolveu terminar o relacionamento com o suspeito, que não aceitou o fim da relação e passou a importunar por meio de ligações, a fim de reatar o namoro deles.
Com objetivo de tentar parar a perseguição do policial, no dia 22 de novembro de 2023, a estudante, então, resolveu contar para a esposa dele sobre a traição. Entretanto, a mulher passou a ameaçá-la “por se sentir enganada”. “Você não terá paz, tenha certeza”, disse.
Por causa disso, o PM encontrou com a vítima e a agrediu com um tapa e a enforcou. A partir de então, continuou a mandar mensagens e a ligar de forma insistente ao longo de cinco meses. Em mais uma tentativa para cessar com a perseguição, no dia 17 de abril deste ano, a estudante ligou para o policial e pediu que ele parasse de procurá-la e a “deixasse em paz”.
Do mesmo modo, pediu para ele falar para a esposa parar de fazer ameaças. Contudo, a mulher ligou para ela e disse que ela “tem sorte de estar viva”.
Mulher decide denunciar e caso vai parar na Justiça
Após sentir medo com a ameaça de morte e já estar com o psicológico abalado, a estudante resolveu registrar o Boletim de Ocorrência e solicitar medida protetiva contra o casal.
Diante dos fatos, a Justiça emitiu as decisões a fim de “acautelar a integridade física e psicológica da ofendida”.
O Roraima em Tempo procurou o Governo do Estado acerca do corrido e deixa espaço para resposta.
O que diz a PM
Em nota, a Polícia Militar de Roraima disse que recebeu a determinação judicial e a cumpriu integralmente. O militar se encontra sob monitoramento por tornozeleira eletrônica e seu armamento foi recolhido pela Corporação. Além disso, ele foi afastado de suas atividades operacionais, cumprindo serviço administrativo.
A PM destacou ainda que o processo foi encaminhado à Corregedoria para o início do procedimento investigatório pela Instituição.
“A Polícia Militar ressalta que todos os casos envolvendo membros da Corporação que chegam à Corregedoria são investigados. Todas as denúncias são registradas e um procedimento administrativo é aberto. Caso haja comprovação das denúncias, são adotadas todas as providências para apurar responsabilidades, respeitado sempre o direito à ampla defesa e ao contraditório”.
Defesa
Segundo a defesa do PM, não há qualquer procedimento criminal instaurado em seu desfavor e a denúncia citada é um caso que já foi esclarecido sendo comprovado que não teve qualquer participação, contudo corre em segredo de justiça e tem natureza civil cautelar.
A defesa disse ainda que o policial imediata e voluntariamente cumpriu as determinações judiciais e está à plena disposição das autoridades e prestará esclarecimentos quando requisitado, “sendo inegavelmente um Policial Militar de reputação ilibada tendo mais de uma década de bons serviços prestados à sociedade roraimense, sem jamais ter sido condenado em qualquer processo judicial ou mesmo punido em procedimento administrativo”
Fonte: Da Redação