Presidente edita decreto que cria Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia

Premiação será concedida anualmente pelo Observatório da Democracia da AGU para pessoas que colaborem de forma notória para consolidar o regime democrático no País

Presidente edita decreto que cria Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula da Silva assinou no Palácio do Planalto nesta quarta-feira, 8, um decreto que cria o Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia. 

O Observatório da Democracia da Advocacia-Geral da União vai conceder a distinção anualmente. Pretende dar visibilidade a pessoas que tenham colaborado de forma notória pela restauração ou consolidação do regime democrático no Brasil. Seja por atuação profissional, intelectual, social ou política, para a preservação. O presidente da AGU, Jorge Messias, acompanhou o presidente na assinatura do documento, assim como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. 

Além de destacar e exaltar as trajetórias dos vencedores, a premiação pretende evocar a memória de luta de Eunice Paiva em favor da resistência democrática, assim como da defesa dos direitos humanos. A advogada teve o marido, o ex-parlamentar Rubens Paiva, retirado de casa no Rio de Janeiro por integrantes da ditadura militar sob pretexto de averiguação policial na década de 1970. Somente 25 anos depois o Estado Brasileiro reconheceu a morte dele. O corpo de Rubens Paiva nunca foi localizado. 

Compromisso

A história de Eunice Paiva tornou-se exemplo de coragem na luta contra a opressão da ditadura. E em favor de liberdades democráticas e dos direitos dos povos originários. Seu percurso de militância política e profissional, caracterizado por compromisso e dedicação, mesmo diante de sacrifícios pessoais, serve como paradigma para todos que buscam preservar e fazer avançar o Estado Democrático de Direito. 

Força de pressão

Eunice consta ainda como umas das principais forças de pressão que culminou com a promulgação da Lei nº 9.140, de 4 de dezembro de 1995. Ela reconhece como mortas, para efeitos legais, as pessoas que tenham participado, ou tenham sido acusadas de participação, em atividades políticas, no período de 2 de setembro de 1961 a 5 de outubro de 1988, e que, por este motivo, tenham sido detidas por agentes públicos, achando-se, deste então, desaparecidas, sem que delas haja notícias. 

Eunice Paiva, depois de perder o marido, se tornou advogada. Assim, engajou-se na defesa dos direitos humanos, através de lutas sociais e políticas significativas, em especial na temática dos povos indígenas.

Fonte: Da Redação

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