O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na segunda-feira (15) duas leis aprovadas no Congresso Nacional para o setor de audiovisual do país.
Uma delas recria a cota de tela para a exibição de filmes brasileiros no cinema. E a outra restabelece o prazo de exibição obrigatória de obras audiovisuais nacionais na programação dos pacotes de TV por assinatura.
Assim, no caso da cota de tela no cinema para filmes brasileiros, o prazo foi até 2033, conforme o projeto aprovado em dezembro do ano passado pelo Senado.
Caberá à Agência Nacional do Cinema (Ancine) definir, anualmente, a quantidade mínima de sessões e obras exibidas. O que leva em conta diversidade, cultura nacional e universalização de acesso. O descumprimento da medida pode acarretar em advertência e pagamento de multas às exibidoras.
A cota de tela tinha terminado em 2021. Após ficar em vigor por 20 anos, como previa a Medida Provisória (MP) 2.228-1/2001, editada durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Embora tenha sido oficializada pela MP de 2001, a cota de tela é de iniciativas adotadas ainda nos anos 1930. Quando o Governo brasileiro publicou um primeiro decreto de proteção do cinema brasileiro – tomando como exemplo iniciativas semelhantes de outros países.
Já a cota de programação nacional nos canais de TV por assinatura havia perdido a validade no ano passado, mas foi renovada até 2038.
De acordo com o PL que não teve vetos de Lula, os canais estrangeiros vão exibir, no mínimo, 3h e 30 minutos por semana de produções brasileiras em seu horário nobre. Faixa de horário que vai das 18h à 0h. Nesse sentido, pelo menos 1he 15 minutos deve ser de conteúdo por produtora independente. Já para canais brasileiros, a lei determina a exibição de 12 horas diárias de conteúdo nacional, feito por alguma produtora local. Dessas 12 horas, três devem, obrigatoriamente, ser veiculadas no horário nobre.
Dessa forma, Lula também informou que a próxima ação será a aprovação de uma cota de produção nacional nas plataformas de streaming. Elas que já dominam o mercado de audiovisual no país. Além da cobrança da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) sobre essas plataformas.
“Essa é uma das pautas prioritárias do audiovisual brasileiro, e um das pautas prioritárias deste ano. Ao contrário do que acontece no mundo, no Brasil ainda não está regulado. É o futuro do cinema, do audiovisual. E, no Brasil, existe essa relação predatória, não existe arrecadação de Condecine.
Por fim, tem dois PLs tramitando e o Ministério da Cultura tem trabalhado para garantir uma regulação que atenda a indústria brasileira”, defendeu Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), em anúncio da sanção à imprensa.
Fonte: Agência Brasil
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