Dados de levantamento feito pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) durante o mês de junho, indicam que 3.824 venezuelanos estão desabrigados em Roraima. O relatório, obtido pelo Roraima em Tempo nesta terça-feira (13), reúne dados das cidades de Boa Vista e Pacaraima.
Conforme o documento, Pacaraima é o munícipio com o maior número de pessoas fora de abrigos, chegando a 1.833 pessoas distribuídas em 540 famílias, entre eles 515 homens, 502 mulheres e 816 crianças e adolescentes.
Por outro lado, em Boa Vista são 1.791 pessoas de 403 famílias, entre eles 681 homens, 531 mulheres e 579 crianças e adolescentes.
Além disso, a OIM mapeou e acompanhou 32 ocupações espontâneas em espaços públicos e privados, além de pessoas em situação de rua e no espaço de acolhimento instalado pela Operação Acolhida na Rodoviária, nomeado de Posto de Recepção e Apoio (PRA).
“Os dados são obtidos por meio de entrevistas e pesquisas realizadas diretamente nos espaços, com participação da comunidade e de lideranças locais, sempre na última semana do mês de referência. São complementados por contagens diurnas e noturnas realizadas pela OIM, com apoio da Força Tarefa Logística Humanitária”, cita o documento.
Regularização dos imigrantes em Roraima
No dia 24 de junho, a Casa Civil do Governo Federal emitiu uma portaria que flexibiliza a entrada de imigrantes pela fronteira entre Brasil e Venezuela. Ou seja, a medida permite ainda a regularização migratória de pessoas que já estão em território nacional.
No mês de junho a Organização constatou que 96% das pessoas que não ocupavam os abrigos em Boa Vista não estavam com a situação migratória regularizada. Enquanto que em Pacaraima, a porcentagem chegou a 17%. Além disso, cerca de 96% do quantitativo em Boa Vista estão interessadas no programa de interiorização em Pacaraima 3%.
Mercado de Trabalho
Na avaliação da OIM, ocorreu impacto no acesso ao mercado de trabalho devido ao período de pandemia e a condição de irregularidade dos refugiados e migrantes. O índice de homens economicamente ativos é superior ao de mulheres nos dois munícipios. Em ambos os casos, a informalidade é a principal fonte de renda.
Nesse sentido, em Boa Vista o percentual de homens economicamente ativos atingiu 92%, já o número de mulheres é de 28%. No munícipio de Pacaraima o número ficou em 32% para homens e 14% entre mulheres.
“As atividades como diarista, manicure, vendedores ambulantes seguem apontadas como as formas mais comuns de ocupação entre mulheres. Com relação aos homens não houve mudanças significativas, sendo diaristas e barbeiros as atividades econômicas mais comuns”, destacou o relatório de Pacaraima.
Vulnerabilidade
O relatório reúne ainda dados da população migrante em situação de vulnerabilidade social. Os grupos considerados vulneráveis são crianças e idosos desacompanhados, grávidas e lactantes, pessoas acima dos 60 anos, famílias monoparentais e indígenas.
Dessa forma, o quantitativo em cada grupo é: Crianças desacompanhadas, 22; Idosos desacompanhados, 24; Mulheres e adolescentes grávidas, 53; Lactantes, 116; Pessoas acima dos 60 anos, 87; Famílias monoparentais, 72; Indígenas, 115.
Por Samantha Rufino