Movimento Indígena reúne lideranças no III Acampamento Terra Livre Roraima

Mais de 400 lideranças indígenas participam do ato em Boa Vista

Movimento Indígena reúne lideranças no III Acampamento Terra Livre Roraima
Movimento Indígena de Roraima – Foto: Nailson Almeida/Rede Wakywai CIR

O Movimento Indígena do estado iniciou nesta terça-feira (05) o III Acampamento Terra Livre Roraima. O ato ocorre na praça do Centro Cívico, em Boa Vista e segue até o dia 14 deste mês.

No local, se encontram mais de 400 lideranças indígenas da Raposa Serra do Sol, Murupu, Tabaio, Sumuru, Serra da Lua e São Marcos.

Conforme a professora da etnia Macuxi, Teresa Pereira, a mobilização pede o fim de todas as pautas “anti-indígenas”. Entre elas estão o Projeto de Lei 191 (PL91) que tenta regulamentar o garimpo nas terras dos povos originários, bem como o Marco Temporal.  

“É um ato simbólico e estamos repudiando todas PLs que ferem os nossos direitos. São leis da morte. Reivindicamos aqui os nossos direitos […] O Marco Temporal, por exemplo, vem destruir totalmente a nossa vida, nossa cultura. Estamos firmes e vamos à luta!”, disse.

Além da leitura da carta do movimento, os manifestantes seguem com programação em Boa Vista durante o dia com caminhada para entregar documentos com as reivindicações em órgãos como a Fundação Nacional do Índio (Funai).

“Faremos ainda uma caminhada, vamos protocolar documentos aos órgãos responsáveis, como o Palácio da Cultura, Assembleia Legislativa, para que os governantes tenham conhecimento da nossa reivindicação”

Mobilização nacional

Com o tema “Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política”, a 18ª edição do Acampamento Terra Livre se iniciou nessa segunda-feira (04) e segue até o dia 14 de abril em Brasília.

As lideranças reivindicam, sobretudo, os direitos dos povos indígenas do país. O ato ocorre desde 2004 e uma das principais pautas é o marco temporal que define que os povos só terão direito à demarcação das terras que já estavam ocupadas em outubro de 1988.

O Acampamento ocorre no mesmo período em que o projeto de Lei 191, de 2020, pode ser votado na Câmara dos Deputados. A proposta libera a mineração em terras indígenas, bem como a construção de hidrelétricas.

Fonte: Yara Walker, jornalista do Roraima em Tempo

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