Pacientes indígenas são levados para atendimento pelo transporte escolar, após empresa contratada se negar a fazer a remoção em Normandia

Proprietário da empresa disse que a localidade não tem estradas regulamentadas e que o acesso à área sempre foi aéreo

Pacientes indígenas são levados para atendimento pelo transporte escolar, após empresa contratada se negar a fazer a remoção em Normandia
Foto: Reprodução

Uma denúncia, divulgada nas redes sociais relata que dois pacientes da comunidade Triunfo, no município de Normandia, tiveram o transporte negado pelo Polo Base São Mateus do Dsei-Leste para se deslocarem até a comunidade Barrerinha. No local, fariam tratamento com um pajé.

Conforme a denúncia, havia duas caminhonetes da equipe de saúde no pátio do alojamento. Contudo, um enfermeira teria informado que não seria possível fazer o transporte dos pacientes. A justificativa é que a empresa contratada para o serviço se negou a transportar os dois homens porque as estradas estavam em péssimas condições de tráfego.

No entanto, conforme a denúncia, os transportes escolares municipais e estaduais, seguem realizando normalmente a rota na mesma localidade.

Diante das negativas, lideranças da comunidade buscaram apoio junto ao transporte escolar municipal, que fez a remoção dos pacientes. Após o ocorrido, familiares e lideranças comunicaram o caso à coordenação do Dsei-Leste. Sendo assim, solicitaram esclarecimentos sobre os motivos da recusa.

Além disso, as lideranças indígenas marcaram uma reunião para o dia 30 de setembro, na comunidade São Mateus. Devem participar a coordenação do Dsei-Leste, Ministério Público Federal (MPF), Conselho Indígena de Roraima (CIR), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai-RR) e ainda, a empresa de transporte.

Citados

A reportagem entrou em contato com Renildo Lima, proprietário da empresa JW locações e Serviços LTDA, contratada para transporte dos pacientes. O empresário então explicou que a localidade não tem estradas regulamentadas, somente trilhas e com muitos morros e sem pontes. Além disso, segundo ele, o acesso a essa comunidade sempre foi aéreo.

“Tem realmente transporte escolar que faz parte da estrada, no entanto recentemente teve um acidente com o veículo que fazia o transporte escolar, inclusive com duas mortes fatais”, esclareceu.

Dessa forma, Renildo finalizou ao dizer que “por tudo isso não tem condições de tráfego seguro pra essa comunidade e a responsabilidade pela segurança do nosso motorista e dos demais passageiros é de responsabilidade nosso, da empresa e não tem condições de tráfego”.

Já a coordenação da Funai em Roraima informou que não recebeu nenhuma denúncia ou reclamação formalizada por parte das lideranças a respeito do ocorrido. No entanto, a coordenadora Marizete de Souza, tomou conhecimento do assunto. Isso porque recebeu um convite para reunião agendada para o dia 30, na comunidade São Mateus, que visa debater o caso.

Dessa forma, disse que a Funai se fará presente na data agendada para se inteirar dos fatos e acompanhar a situação junto às lideranças e demais órgãos envolvidos. Atuando, assim, no âmbito de suas competências”, finalizou.

A reportagem também entrou em contato com o Dsei-Leste, mas não obteve resposta.

Fonte: Da Redação

0
Would love your thoughts, please comment.x