Um grupo de mães e pais de crianças com autismo e outras necessidades especiais se reuniu na manhã desta segunda-feira (20), mesmo sob chuva, em um protesto em frente à Unimed. A rede privada deixou de pagar clínicas e assim os pacientes ficaram desassistidos mesmo pagando o plano de saúde.
Cerca de 40 pais levaram placas e cartazes para a manifestação, para reclamar sobre o corte dos pagamentos que clínicas de fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, dentre outros segmentos. O grupo pede a rede privada retome o pagamento, mas teve que sair do local sem uma resposta.
Frases como “Unimed deixe meu filho desenvolver”, “vidas vem antes do lucro” e “para me tratar não preciso implorar” estampavam cartazes no protesto.
A advogada Pâmela Souza, mãe de uma criança de quatro anos que possui Transtorno do Déficit Autista (TEA), atua como uma das representantes do movimento. Ela aponta que a falta de pagamento da Unimed às clínicas prejudica os tratamentos das crianças com deficiência.
“O autista, quando ele tem uma quebra de rotina, ele se desregula, então a suspensão dessas terapias, pode ocasionar danos irreparáveis aos nossos filhos”, disse.
Os pais também pedem um posicionamento da Unimed, como um prazo para regularização dos atendimentos. O Roraima em Tempo procurou os representantes da Unimed, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Rita de Cássia é mãe de uma jovem, de 17 anos, diagnosticada com uma síndrome cromossômica de Cri-Du-Chat, que é relativamente rara (1 a cada 50.000 nascimentos). Para ela, o descaso por parte da Unimed causa regressão no tratamento da filha.
“Ela precisa de terapia, para desenvolver as habilidades de vida diária, né, e com essa interrupção, ela está sendo muito prejudicada por que o tratamento uma vez interrompido, ela regride”, explicou a mãe.
Estavam presentes também membros da Associação Amar Down, que realiza vários projetos sociais e educativos com pessoas diagnosticadas com Síndrome de Down. Como é o caso da Lucyane Aguiar, membro da associação, que possui um filho de 21 anos com a deficiência.
“São 21 anos nessa luta, constante, sempre brigando pelos direitos do meu filho e pelos direitos de outras crianças com deficiência. Meu filho precisa de fonoaudióloga, terapia ocupacional, psicóloga constantemente, por toda a vida”, afirmou.
Supremo Tribunal de Justiça (STJ) aprovou, por seis votos favoráveis, um processo que restringe os procedimentos médicos obrigatórios cobertos pelos planos de saúde de todo o país.
Com isso, procedimentos que não estão na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não são cobertos pelos planos. Todavia, muitos procedimentos e tratamentos indicados a pacientes autistas, atualmente não constam no rol.
Dessa forma, uma vez estabelecido o rol taxativo, os planos não são obrigados de disponibilizar terapias de intervenção usadas para tratamentos do TEA.
Fonte: Da Redação
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