Cidades

Pela primeira vez, famílias formadas por casais com filhos são menos da metade no Brasil

Em 2022, pela primeira vez, menos da metade (42,0%) das famílias do país são formadas por casais com filhos. As famílias únicas ou conviventes principais formadas por casais com filhos representam menos da metade do total de famílias do país. De 2000 para 2022, o percentual desse tipo de composição recuou de 56,4% para 42,0% do total de famílias (ou 24,3 milhões, em 2022). Já o casal sem filhos foi a composição que mais cresceu, saltando de 13,0% para 24,1% (ou 13,9 milhões, em 2022) no mesmo período.

Os dados são do Censo Demográfico 2022: Nupcialidade e Família: Resultados preliminares da amostra, do IBGE. 

Também segundo o IBGE, das 72,3 milhões de unidades domésticas recenseadas em 2022, 13,6 milhões (ou 18,8%) eram unipessoais, ou seja, continham pessoas que viviam sozinhas. Outras 58 milhões (ou 79,8%) de unidades domésticas eram formadas por duas ou mais pessoas com parentesco, em diferentes configurações. Nessas unidades domésticas, viviam 61,2 milhões de famílias.

Em 2022, entre as unidades domésticas com parentesco, 94,5% continham apenas uma família, enquanto 5,5% abrigavam famílias conviventes. As famílias conviventes são formadas pela família principal, responsável pela unidade doméstica, e por um ou mais núcleos familiares secundários.

Casal sem filhos foi a composição familiar que mais cresceu

Em 2022, pela primeira vez, as famílias únicas ou conviventes principais formadas por casais com filhos representam menos da metade do total de famílias do país. De 2000 para 2022, o percentual desse tipo de composição recuou de 56,4% para 42,0% do total de famílias (ou 24,3 milhões, em 2022). Já o casal sem filhos foi a composição que mais cresceu, saltando de 13,0% para 24,1% (ou 13,9 milhões, em 2022) no mesmo período.

O maior percentual de famílias compostas por casais com filhos é da Região Norte, em função das taxas de fecundidade historicamente mais elevadas. Nessa mesma região, há um percentual maior de arranjos com presença de outros parentes, ou seja, de famílias estendidas. Já a monoparentalidade feminina possui maior prevalência no Nordeste, enquanto os casais sem filhos são mais frequentes no Sul.

Mulheres sem cônjuge e com filhos chegam a 7,8 milhões em 2022

O Censo 2022 detectou que o país tinha cerca de 7,8 milhões de mulheres cuidando dos filhos sem a presença do cônjuge ou de outros parentes. Essa composição familiar estava presente em 11,6% das famílias, em 2000, e essa proporção subiu para 13,5%, em 2022.

A participação da outra forma de monoparental, isto é, homens sem cônjuge com filhos, subiu de 1,5% para 2,0%, no período, chegando a 1,2 milhão em 2022.

Além disso, temos famílias formadas por mulheres sem cônjuge e filhos, mas com outros parentes, que representavam 3,8% do total de famílias, em 2022. Em 2000, esse percentual era menor ligeiramente (3,7%). Já a proporção de famílias formadas por homens que residem com os filhos sem a cônjuge, mas com outros parentes, variou de 0,4% em 2000 para 0,6% em 2022.

Brasil tem 13,6 milhões de unidades domésticas com apenas uma pessoa

De 2000 para 2022, o número de pessoas em unidades domésticas unipessoais, isto é, pessoas que moram sozinhas, subiu de 4,1 milhões para 13,6 milhões. Esse último total equivale a 19,1% do total de unidades domésticas (na soma de unipessoais e unidades com famílias), ou então uma em cada cinco. Em 2010, as unidades unipessoais representavam 12,2% do total.

Em 2022, considerando-se o sexo dos moradores, 6,837 milhões das unidades unipessoais eram habitadas por homens e 6,784 milhões, por mulheres. Cerca de 76,2% dos moradores em unidades unipessoais tinham 40 anos ou mais, e 41,8% deles eram idosos, isto é, tinham 60 anos ou mais.

Entre 2000 e 2022, proporção de famílias chefiadas por mulheres sobe de 22,2% para 48,8%

Os censos indicam outra mudança cultural importante na sociedade brasileira: de 2000 para 2022, o percentual de famílias com responsáveis do sexo masculino recuou de 77,8% para 51,2%. Já o percentual de famílias cujo responsável era mulher cresceu de 22,2% para 48,8%.

Os motivos para esse aumento podem estar creditados a uma mudança e consolidação de valores culturais relativa ao papel da mulher na sociedade brasileira. O ingresso maciço no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade em nível superior combinados com a redução da fecundidade são fatores que podem explicar esse reconhecimento da mulher como responsável pela família.

Outro indicador dos níveis de instrução dos responsáveis pelas famílias reflete claramente o gradativo aumento da escolaridade da população brasileira, nas últimas décadas. Entre 2000 e 2022, o percentual de responsáveis pelas famílias que não tinham instrução ou então tinham até o nível fundamental incompleto recuou de 66,1% para 34,7%. Já o percentual dos responsáveis que tinham superior completo subiu de 6,3% para 17,4%, no mesmo período.

Fonte: Agência GOV

Lara Muniz

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