A prisão domiciliar do ex-diretor-presidente da Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde (Coopebras) Jorrimar da Silva Amorim foi revogada pela Justiça.
Ele é investigado por suspeita de organização criminosa para desviar recursos da Saúde Estadual. Em agosto ele foi preso, mas conseguiu ir para casa ano passado.
Agora, a juíza Daniela Schirato determinou algumas medidas que devem ser cumpridas.
Ele não pode sair de Boa Vista sem autorização, deve estar em casa a partir das 22h, e, sobretudo, usar tornozeleira eletrônica.
A juíza mandou também fazer uma perícia em documentos do processo. O prazo para concluir o laudo é de 30 dias.
Prisão domiciliar
Jorrimar estava em prisão domiciliar desde setembro. A princípio, por causa do estado de saúde depois da Covid-19.
Ele foi presidente da cooperativa entre 2012 e 2016, mas não prestava serviço de saúde, segundo as investigações da Polícia Civil. Mesmo assim, tinha um salário de R$ 9 mil.
O vice-presidente, Edivaldo Pereira Vieira, trocava com Jorrimar os cargos de presidente e vice-presidente, para, assim, manter o controle da empresa.
Em contrapartida, Edivaldo recebia R$ 120 mil por mês. A mulher dele, Esmeralda Menezes, tinha salário de R$ 45 mil.
No total, oito pessoas estão sendo processadas pelo Ministério Público. Elas respondem por organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato.
Investigada
A Coopebras está sendo investigada por suspeita de desvio de dinheiro em contratos com a Secretaria de Saúde (Sesau). O valor chega a R$ 30 milhões, de acordo com a Polícia Civil.
Conforme as investigações, a Sesau pagava R$ 332.197,50 por mês de maneira ilegal para a Coopebras. O rombo é de R$ 5,3 milhões em um ano e meio.
Algumas despesas irregulares são: R$ 9 milhões em demandas trabalhistas sem vínculo com a Sesau; R$ 4 milhões em treinamento e capacitação de profissionais, mesmo com parecer contrário do Tribunal de Contas; R$ 664,3 mil de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
Outra forma de conseguir mais dinheiro era com a sobreposição dos plantões dos médicos.
Esse era um jeito de atuar de um dos suspeitos com controle das escalas dos servidores. Os plantões eram, então, pagos em dobro.
Dessa forma, o ministério fala que Edivaldo fez um patrimônio à custa do dinheiro público. Os bens dele vão de R$ 50 mil a R$ 730 mil.
São casas, apartamentos, terrenos, fazendas, casas e veículos. Todos bloqueados pela Justiça. Para a Polícia Civil, isso é uma forma de conseguir “futuro ressarcimento”.
Por Redação