Foto: Arquivo pessoal
Cadeiras e mesas quebradas, sem bebedouro, falta de material escolar, porta quebrada e até ausência de um banheiro para as crianças. Essa é a realidade dos alunos da Escola Municipal Indígena Maria da Silva. A unidade funciona na Comunidade Mangueira, na zona Rural de Alto Alegre.
O caso foi denunciado por uma professora identificada apenas como Liziane, juntamente com as mães das crianças que estudam no local. Em vídeos, a profissional relata a precariedade da escola. É que ela funciona de forma improvisada em uma casa de alvenaria simples.
Além disso, no local, de acordo com a denúncia, a própria comunidade precisou ceder um espaço para funcionar como copa onde a merendeira prepara e serve o alimento para os estudantes.
“O depósito da comunidade foi emprestado para a gente fazer a merenda dos alunos. Quando chove, molha tudo, pois o local é aberto e a nossa situação é desse jeito. A gente pede melhorias e que o secretário (da educação) se sensibilize, pois, aqui não é um local bom para a gente está trabalhando. Que todos possam se está se sensibilizando…E que tenha também segurança, tanto para mim, quanto para as crianças”, pediu a mulher que trabalha no local e que não foi identificada.
Nas fotos, é possível ver que parte do telhado da escola está sem as telhas. A porta tem um conserto improvisado e os alunos sentam em cadeiras quebradas. A mesa onde deveriam acontecer as atividades de ensino, está desgastada pelo tempo e as janelas não ofertam segurança. Do mesmo modo, não existe ventiladores nas paredes e tão pouco centrais de ar para dar conforto as crianças.
Conforme a professora, com a falta do banheiro, as crianças que estão na fase de alfabetização, fazem as necessidades básicas atrás da escola.
Além disso, a mãe de aluno que não foi identificada, pediu melhorias na unidade.
“A gente coloca as crianças aqui para estudar, mas olha a situação! Precisamos melhorar essa escola, pois queremos o melhor para os nossos filhos. Quero uma cadeira e uma mesa boa…A criança até se machuca com uma cadeira dessa. E outra, a gente quer que as coisas melhorem. Queremos um lugar de aconchego para elas estudarem” desabafou.
Uma outra mãe, também falou sobre o problema na estrutura da escola. “Peço uma escola estruturada. Precisamos, pois está começando o inverno, o telhado já está cheio de goteira. As cadeiras e mesas estão caindo aos pedaços, tudo está em uma condição ruim. Então, queremos uma escola e uma copa pois está ficando ruim com a situação da chuva quando eles vão tomar o café, precisam andar até lá. Queremos uma melhoria para a escola”, explicou a mãe.
O problema na escola indígena no munícipio de Alto Alegre não é um caso isolado. O Ministério Público de Roraima ingressou com uma Ação Civil Pública contra o Governo do Estado e a Prefeitura de Alto Alegre devido à falta de estrutura na educação do município.
A denúncia, protocolada no dia 28 de fevereiro, destacou a deficiência na contratação e lotação de professores, a ausência de profissionais especializados para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e hiperatividade, além da falta de monitores no transporte escolar.
O problema na estrutura da educação contribuiu para uma realidade que o dados do Índice de Progresso Social (IPS) 2024 demonstraram. O município está entre os 20 piores lugares para se viver no Brasil. Alto Alegre ocupa o 2º lugar no ranking e só perde para o Uiramutã.
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Da mesma forma, Alto Alegre aparece em destaque na imprensa nacional. Em matéria divulgada pela Folha Uol e Portal Terra de Notícias, no município, mais de um terço da população com mais de 15 anos não sabe ler e escrever um bilhete simples. Sendo assim, a cidade tem a mais alta taxa de analfabetismo do Brasil, que é de 36,8%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e se referem ao ano de 2022 e divulgados em 2024.
Como resultado, a taxa de analfabetismo no país foi de 7%, e Alto Alegre é a única cidade onde o indicador ultrapassa os 35% da população. Os indígenas representam 60,3% dos moradores onde a população apresenta dificuldades na alfabetização.
O Roraima em Tempo entrou em contato com a Prefeitura de Alto Alegre e aguarda retorno.
Fonte: Da Redação
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