Roraima registra mais de 1.500 casos de violência sexual contra crianças em três anos

Relatório lançado nesta terça-feira (13) mostra uma prevalência dos estupros entre vítimas de 10 a 14 anos em Roraima, chegando a 494,7 casos por 100 mil habitantes em 2023

Roraima registra mais de 1.500 casos de violência sexual contra crianças em três anos
Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil

Roraima registrou 1.544 casos de violência sexual contra crianças entre 2021 e 2023. O dado é da segunda edição do relatório Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, lançada nesta terça-feira (13) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Conforme revela o documento, o número de vítimas cresceu no estado desde 2021. Naquele ano, foram registrados 453 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. No ano posterior, foram 535 casos. Já em 2023, Roraima contabilizou 556 casos.

No estado mais ao Norte do país, o relatório mostra uma prevalência dos estupros entre vítimas de 10 a 14 anos, chegando assim a 494,7 casos por 100 mil habitantes em 2023. Roraima ultrapassou a taxa nacional (de 224,5 por 100 mil habitantes) para essa faixa etária no ano passado.

Nesse mesmo período no Brasil (entre 2021 e 2023), 165 mil meninos e meninas foram vítimas de violência sexual. Em 2021, foram 46.863 casos, número que aumentou para 63.430 em 2023. Ou seja, uma criança ou adolescente foi vítima de estupro a cada 8 minutos no último ano.

De acordo com a diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, os dados evidenciam a necessidade de os governos incluírem em suas agendas políticas públicas de enfrentamento à violência sexual.

“A sociedade precisa compreender que a violência sexual ocorre dentro das casas de milhões de brasileiros. Afetando meninos e meninas que muitas vezes sequer conseguem identificar esse crime. O Estado precisa investir em educação sexual e oferecer espaços para proteger essas crianças e defendê-las de seus agressores”, disse.

Fonte: Da Redação

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