Seletivados da Saúde do Estado, denunciaram nesta quarta-feira, 24, ao Jornalismo da Rádio 93 FM, que estão sendo vítimas de assédio moral e sobrecarga de serviços no Hospital Geral de Roraima (HGR).
De acordo com o relato de uma técnica de enfermagem que preferiu não ser identificada, os profissionais sofrem assédio por parte dos coordenadores. “Alguns dizem, que nós estamos ali fazendo somente a nossa obrigação, que não temos direito de reclamar e que não podemos ir atrás dos nossos direitos. Ainda dizem que temos que nos acostumar porque vai começar os cortes por conta das eleições. Tem equipe que está sobrecarregada e os coordenadores só sabem dizer que não tem verba pra pagar extra, que a Sesau está cortando gastos“, explicou.
A técnica trabalha na unidade há três anos. Ela também disse que há cada ano, tem seu contrato renovado para impedir que tire férias.
“A cada ano, eles renovam meu contrato justamente para não dar férias. Ou seja, há três anos eu não tenho férias. Algumas pessoas que conseguiram tirar essas férias, não são substituídas por outra pessoa na equipe o que resulta em sobrecarga para quem já estava trabalhando”, explicou.
Do mesmo modo, a denunciante afirmou que alguns blocos do hospital já enfrentam superlotação. Isso faz com que os técnicos tenham o dobro de trabalho. “Já existe sobrecarga em alguns setores. Há blocos, por exemplo, com 60 leitos, onde o enfermeiro precisa cuidar de sete ou oito pacientes. Quando temos casos críticos, não conseguimos dar a devida atenção. Também existem noites em que o hospital fica apenas com cinco técnicos para atender muitos pacientes”, ressaltou.
Falta de material
A técnica também denunciou a falta de insumos na unidade hospitalar. “Não tem material, não tem soro de 100. A gente precisa se virar com o que tem e, muitas vezes, não consegue dar o remédio no horário, justamente por causa da sobrecarga. Está muito difícil e não temos um trabalho de qualidade. Sofrem tantos os profissionais quanto os pacientes”, ressaltou.
Citado
A reportagem entrou em contato com a Sesau para posicionamento sobre o assunto. Por meio de nota, a Pasta disse que a reclamação não se justifica; É que segundo a nota, o Hospital Geral recebeu recebeu mais 120 profissionais de enfermagem, como reforço do quadro. Além disso, a Sesau explicou que são servidores do quadro seletivado e que devem seguir a escala de plantão como qualquer outro servidor, bem como o dimensionamento de atendimento por paciente. Por fim, disse que qualquer reclamação acerca da escala deve também acontecer na direção geral, ouvidoria ou coordenação de enfermagem dos blocos onde o servidor está lotado.
Fonte: Rádio 93 FM

