Trabalhadores da Construtora Porto SA procuraram o Grupo Égia nesta quinta-feira, 23, para relatar que foram demitidos e não receberam os direitos previstos em lei, como por exemplo, como a rescisão.
Eles relatam que a empresa justifica que não recebeu pagamento por parte do Governo. O que, então, poderia ser o motivo pela dificuldade em honrar os pagamentos.
“Fomos demitidos em massa. Mais de 140 colaboradores. O mês de outubro foi pago o salário sim. Sendo que, depois de demitidos, eles alegaram que estão com a situação financeira ruim e não têm condição de pagar, devido a débitos do Estado com a empresa. Então que a gente procurasse os direitos da gente, procurasse o sindicato, porque eles estão querendo parcela pagamento e tal. Então a gente não sabe o que faz”, explicou um ex-funcionário que não quis se identificar.
Questionado sobre os salários dos trabalhadores, o denunciante disse que a empresa pagou em dia, mas após as demissões alegou não ter dinheiro, pois não recebeu pagamento do Governo.
“Até então a empresa cumpriu a parte dela. O problema foi quando fizeram a demissão em massa aí na hora de fazer a homologação dos pais de família, aí diz que não te dinheiro, que depende do Estado.”
De acordo com o ex-funcionário, ao todo, são cerca e 500 pessoas prejudicadas com a situação. “Eles tem que honrar os funcionários e depois procurar o Estado. São 150 pais de família, bota aí três pessoas no mínimo por residência e dá mais de 500 pessoas prejudicadas pela empresa”, destacou
Dívida de R$ 2,1 bilhões
A reportagem teve acesso a um documento de junho deste ano, em que a construtora cobra a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinf) o pagamento de R$ 2,1 milhões, referentes a serviços executados entre fevereiro e maio de 2024.

A empresa firmou contratos com o Governo do Estado. Entre as obras estão:
- Hospital de Bonfim (reforma);
- Manutenção predial do Hospital Geral de Roraima (HGR);
- Hospital de Mucajaí (reforma);
- Adequações no Hospital de Rorainópolis;
- Reforma das escolas – Elza Breves no bairro Laura Moreira e Antonia Coelho de Lucena no bairro Silvio Botelho.
A reportagem entrou em contato com a Seinf para pedir esclarecimentos e aguarda resposta.
Em contrapartida, a Construtora Porto afirmou que já está tratando do assunto em conjunto com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário do Estado de Roraima (Sintracomo-RR) e com o Poder Judiciário, adotando todas as providências necessárias para a regularização da situação.
“A empresa ressalta que a questão deverá ser solucionada nos próximos dias, com vistas ao cumprimento integral dos compromissos assumidos com seus colaboradores, conforme a conduta habitual da Construtora Porto S.A., que sempre pautou sua atuação pela responsabilidade, transparência e valorização de sua equipe”, afirmou.
Fonte: Da Redação

