CAOS NA SAÚDE – Dinheiro tem, mas continua faltando gestão

Há quem diga que Denarium foi o pior governador que Roraima teve na área da Saúde

CAOS NA SAÚDE – Dinheiro tem, mas continua faltando gestão
Fachada da Secretaria de Saúde (Sesau) de Roraima – Foto: Arquivo/Roraima em Tempo/Edinaldo Morais

Em entrevista recente, o governador do Estado, Antônio Denarium, mudou o discurso que usava antes de ser eleito. Vossa excelência disse que estava tentando resolver problemas deixados por governos passados, em especial na área da Saúde.

Na campanha de 2018, o slogan do governador era que não faltava dinheiro, mas gestão. Sobre a Saúde, vossa excelência chegou até a colocar um programa de TV no ar, dizendo que em 6 meses as pessoas iam ver a diferença na qualidade do serviço.

Pois bem. Três anos e meio se passaram e há quem diga que Denarium conseguiu ser o pior governador que Roraima já teve, principlamente na área da Saúde. Só para lembrar, quando assumiu o governo, três mil pacientes esperavam na fila da cirurgia eletiva. Hoje, são mais de 9 mil ainda aguardando a bendita operação.

E olha que Denarium pegou em apenas um ano, R$ 5.1 bilhões do governo federal para investir na Saúde estadual, principlamente no combate ao Corona, mas o dinheiro foi desviado por políticos e empresários e parte dele foi parar até na cueca do senador Chico Rodrigues, como todos já sabem.

Para estancar a sangria nos cofres da Sesau, que virou a “galinha dos ovos de ouro” em tempo de pandemia, a PF fez duas operações em apenas um ano. A estimativa dos federais é que mais de R$ 200 milhões foram desviados da Saúde roraimense, enquanto o povo morria no HGR, sem atendimento digno, sem leitos e sem medicamentos.

Pura carnificina, pois o maior Hospital público de Roraima virou uma extensão do IML. Pacientes lá entravam com problemas respiratórios e dias depois saíam embrulhados em lonas pretas.

O pior é que o descaso no setor da Saúde não ocorre apenas na Capital, mas em todas as unidades hospitalares no interior do Estado. Em Mucajaí, por exemplo, na região Centro-Sul de Roraima, um idoso morreu na recepção do hospital por falta de médico e de ambulância. A unidade continua até hoje com problemas na infraestrutura.

Em Caracaraí, na região Sul, pacientes também sofreram (e ainda sofrem) quando procuram atendimento no hospital do Estado. Até as macas enferrujadas foram denunciadas pela população.

Em Rorainópolis, também ao Sul de Roraima, mais reclamação. O hospital estadual não faz exames porque o aparelho de raio-X está quebrado.

E as denúncias continuam até hoje na Capital. Na semana passada, por exemplo, um idoso percorreu todos os hospitais da rede estadual para fazer um simples exame e se operar de catarata, mas não conseguiu, infelizmente.

Outro paciente, também na semana passada, denunciou que a Sesau não está entregando dieta enteral.

Despejados fora do Estado

Quem precisa sair do Estado para fazer tratamento fora também vive reclamando do atraso no pagamento do TFD.

Muitos pacientes chegaram a ser despejados porque não receberam a devida atenção por parte do governo do Estado. Alguns nem voltaram com vida, infelizmente.

E em meio a todo esse caos na Saúde pública, com o povo sofrendo e morrendo, Denarium dá entrevista, todo sorridente, dizendo que tem R$ 4 bilhões em caixa.

Por que, então, vossa excelência não utilizou esta montanha de dinheiro para amenizar o sofrimento de tanta gente, que até hoje peleja na fila dos hospitais públicos do Estado? Fácil de responder. Denarium guardou dinheiro, muito dinheiro, para “torrar” apenas este ano, de eleição.

O povo? Que se dane nas filas dos hospitais. Como já disse: seu Antônio não está nem um pouquinho preocupado com a saúde e a vida do roraimense. Para ele, só interessa dar continuidade ao seu mirabolante plano de poder, dele, de seus familiares e sócios.

Lamentável, mas é a nossa triste realidade. Dinheiro tem, é verdade, mas falta gestão, agora mais do que nunca. O povo continua morrendo nos hospitais e seu Antônio preocupado apenas com sua campanha política. Isso é desumano, vossa excelência. Tenha compaixão pelo nosso povo, te imploro.

Álvares dos Anjos – cronista.

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