Sem dúvida, o “castelo de areia” do deputado estadual Jalser Renier começa a desmoronar. É que a Comissão de Ética da Ale/RR, acertadamente, cassou ontem, dia 22, o mandato do parlamentar por quebra de decoro.
Sem sombra de dúvida, Jalser foi o mandante do sequestro e da tortura do jornalista Romano dos Anjos, crime hediondo ocorrido em outubro do ano passado. Romano apanhou muito só porque denunciou esquemas de Jalser na Sesau. Esse foi o motivo da taca, como afirmaram investigadores da Civil e promotores do MP de Roraima.
Mas é bom lembrar aqui que vossa excelência, Antônio Denarium, deu a pasta ao deputado para fugir da cassação, lembram? Portanto, seu Antônio também sabia das maracutaias. Isso é fato e não pode ser esquecido.
Agora, Jalser senta no banco dos réus da Casa do Povo para ser julgado, em definitivo, pelos próprios colegas de parlamento, os mesmos que ele, arrogante e prepotente, um dia afrontou e apontou o dedo na cara, fazendo ameaças veladas e chantagens.
Contudo, diz o ditado popular que o crime não compensa e que não existe crime perfeito. É verdade. Ao longo de sua polêmica trajetória política, Jalser criou um “rei na barriga” e achou com isso que podia fazer tudo, inclusive “rasgar” a Constituição Maior deste País. Mas seu deu mal, para felicidade geral do povo macuxi.
O maior erro do deputado foi se achar intocável, blindado pela indecente imunidade parlamentar e pelas centenas de milhões em sua conta corrente. Então, o “menino de ouro”, como ficou conhecido, se acostumou a passar por cima de tudo e de todos, feito rolo compressor.
Ameaçou autoridades
Mas toda a história tem começo, meio e fim, e a do Jalser não foi diferente. Mesmo milionário, o deputado perderá o mandato, ficará inelegível até Jesus voltar e ainda se tornará um “simples mortal”, sujeito a penas rigorosas pelos crimes que cometeu. Pelo menos é isso que todos esperam.
Moro em Roraima há 26 anos e confesso que nunca tinha visto algo parecido em canto nenhum: um deputado atropelar tudo e todos. Jalser ameaçou promotores, delegados, juízes e até desembargadores. Ainda ameaçou de morte até o próprio governador do Estado, Antônio Denarium, dentro do palácio Senador Hélio Campos. Quanta arrogância, meu Deus, prepotência, puro sentimento de impunidade.
Honestidade não tem preço
Mas o que o deputado não contava era que ainda existem em Roraima, homens honestos, de princípio e de caráter como, por exemplo, o delegado João Evangelista, quem conduziu as investigações que colocaram um basta na sanha de Jalser. Parabéns, delegado!
A sociedade roraimense agora espera ver a Justiça ser feita. Não basta apenas Jalser perder o mandato. Ele tem que pagar pelos hediondos crimes que cometeu, tem que apodrecer em uma tranca, longe dos cidadãos de bem, pais de família trabalhadores.
Como bem disse o MP de Roraima: Jalser é um bandido de alta periculosidade, fundador da 1ª milícia no Estado. Portanto, além de ladrão do dinheiro público, também é líder de facção criminosa que “tocava o terror” com desafetos políticos, jornalistas e outros.
Uma coisa é certa: lugar de bandido é atrás das grades, bem longe do povo honesto e trabalhador. Jalser é nocivo à nossa sociedade, por isso, REPITO: tem que apodrecer em uma tranca fechada.
Álvares dos Anjos – cronista.