GRANDE FEITO – O sujo falando do mal lavado

Na semana passada, em um evento de mulheres partidárias, o deputado federal Nicoletti, acompanhado do seu Antônio, disse que o maior feito do governador foi retirar Jalser Renier do Poder. De certa forma, o Nico acertou, concordo, pois o ex-deputado miliciano, sem sombra de dúvida, deveria ser extirpado feito câncer da política macuxi, como outros […]

GRANDE FEITO – O sujo falando do mal lavado
Foto: Reprodução

Na semana passada, em um evento de mulheres partidárias, o deputado federal Nicoletti, acompanhado do seu Antônio, disse que o maior feito do governador foi retirar Jalser Renier do Poder. De certa forma, o Nico acertou, concordo, pois o ex-deputado miliciano, sem sombra de dúvida, deveria ser extirpado feito câncer da política macuxi, como outros também devem ser.

Mas é bom lembrar, não custa nada, que Jalser já foi “parça” do governador por um bom tempo. Tanto que ganhou de presente a pasta considerada a “galinha de ouro” do governo, em tempo de pandemia: a Sesau.

Nocoletti pediu o impeachment de Denarium

À época, Nicoletti, inclusive, foi autor de um dos pedidos de impeachment contra o então opositor, mas hoje seu novo “amigo”, Antônio Denarium. O processo de afastamento do governador só foi arquivado pelo então presidente da Ale/RR, Jalser Renier, quando o Dena negociou e deu a Sesau a ele de “porteira fechada”. O roraimense sabe muito bem disso.

E hoje, o que vemos salta aos olhos e parece coisa surreal. Nicoletti, por sua vez, está igual ao senador Telmário Mota. Antes, o deputado federal tecia duras críticas ao governador, como Telmário fazia, mas depois que ganhou o Detran virou um tremendo “puxa-saco”, bajulador, e dos bons, do seu Antônio.

Então, nobre Nicoletti, se Jalser é corrupto, Denarium também é. E vossa excelência, o nobre deputado é mais ainda porque, ao ganhar o Detran do seu Antônio, esqueceu até as acusações que fazia contra o governador. Estou mentindo?

Outra que também não podemos esquecer. Tanto Denarium, quanto Nicoletti foram eleitos “surfando na onda” Bolsonaro, lembram? O discurso oportunista de ambos era bem parecido: “vamos combater a endêmica corrupção em Roraima”, prometiam.

Mas o que vemos hoje é justamente o contrário. Denarium e demais membros da facção governista estão envolvidos até o pescoço em escândalos de desvio de dinheiro público, em especial na Sesau. O que se percebe é que a corrupção estendeu ainda mais seus tentáculos em Roraima.

Fique atento

O povo de Roraima deve ficar muito atento a esse tipo escroto de político, que diz “combater” a corrupção, mas assim que começa a receber benesses do governo, logo muda de opinião, de postura, e passa a fazer manobras politiqueiras com um único propósito: também enricar às custas do povo.

Nicoletti não é melhor que Jalser ou Telmário. É apenas mais um que se rendeu à corrupção e trocou sua dignidade política pelo Detran. Coisa pouca, que pena. Só foi ele receber a autarquia para começar a “bajular” seu Antônio, sem a menor vergonha na cara. Parece que o nobre deputado que esqueceu, em tão pouco tempo, o discurso eloquente que fizera em véspera de eleição. Lamentável. Pior ainda para um policial, que deveria, acima de tudo, prezar pela honestidade, pela dignidade e ter hombridade.

Só que os eleitores roraimenses já estão de olhos bem abertos para essas manobras politiqueiras de falsos moralistas. Falar é muito diferente de fazer, pois a melhor coisa é dar exemplo, coisa que Nicoletti deixou de fazer, infelizmente.

Como já disse. Jalser foi retirado do Poder, não porque mandou sequestrar e torturar o jornalista Romano dos Anjos, mas porque quis “meter a mão” sozinho nos cofres públicos, assim como agora Nicoletti está fazendo à frente do Detran, com a “indústria da multa”, por exemplo.

Portanto, nobre deputado, não me venha agora com esse discurso bestinha, querendo continuar como paladino da verdade e dos bons costumes, pois vossa excelência se vendeu por tão pouco e hoje, além de puxa-saco de Denarium, se tornou o mais novo membro da facção criminosa do governo. O troco? Vem nas urnas, meu nobre. Pode esperar.

Álvares dos Anjos – cronista.

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