PARA REFLETIR – Nossos senadores valem quanto custam?

O roraimense paga muito caro, pelos três senadores que elegeu. Apenas em 2021, Telmário, Chico e Mecias “torraram” mais de R$ 1.2 milhão

PARA REFLETIR – Nossos senadores valem quanto custam?
Senadores de Roraima custam caro – Foto: Divulgação

O roraimense paga caro, muito caro, pelos três senadores que elegeu. Isso é fato. Apenas em 2021, Telmário, Chico e Mecias “torraram” mais de R$ 1.2 milhão da cota para o exercício da atividade parlamentar, o popular “cotão”, e grande parte do dinheiro, eles utilizaram em propagandas, muitas enganosas, infelizmente, pagas com nosso dinheiro.

Os dados foram extraídos esta semana do site do Senado, mas o montante pode aumentar nos próximos dias, já que ainda não foram contabilizados todos os gastos de dezembro. A conta vai ser bem maior, pode anotar. E Telmário lidera em Roraima o vergonhoso ranking.

Os gastos do senador totalizam R$ 487.122,13. Telmário gastou exatos R$ 204.139,20 com divulgação da atividade parlamentar. Mas a pergunta é: Telmário gastou mais com sua imagem, arranhada, por sinal, do que com benefícios para o seu eleitor? É bom lembrar que o senador vai tentar a reeleição ano que vem, sem ter, sequer, uma obra em Roraima ou uma emenda para favorecer o boa-vistense.

Mais absurdo é saber que Telmário ainda pediu reembolso de R$ 162.590,19. A grana pública, dizendo o senador, foi utilizada em locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis. Quanto desperdício. O que o roraimense ganhou com isso? Cadê benefício para o povo?

O segundo senador que mais abusou do “cotão” foi o Chico, o mesmo flagrado pelos federais, ano passado, com dinheiro da Saúde entre as nádegas. Até hoje, dia 29, o senador “torrou” R$ 387.287,17. Com propaganda, o total de gastos chega aos R$ 184.098,00. Chico também pediu reembolso de R$ 99.510,11, dinheiro gasto com passagens aéreas, terrestres e até aquáticas. Absurdo.

Já Mecias de Jesus soma um gasto de R$ 369.044,06. O maior pedido de reembolso do senador foi relacionado à locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis, um total de R$ 123.969,80. Mais desperdício de dinheiro público.

Valem o quanto custam?

A pergunta que fica no ar é: vale todo esse investimento nos atuais senadores de Roraima? É bom saber que o uso do cotão não é ilegal, mas deveria servir para dar retorno em qualidade de vida para a população, o que não acontece, infelizmente.

Só maracutaia

Pior de tudo é saber que, além de pagarmos caro pra caramba, nossos três senadores nada fazem pelo povo. A verdade é que só fazem para eles.

Telmário, por exemplo, faz festas e promove a “feira livre de compra de votos” pelo interior do Estado, com aglomerações em tempo de pandemia, o que pode até ser considerado crime contra a saúde pública.

Telmário também barganha com o cargo que o povo lhe deu. Bipolar, quem paga mais, ganha a sua lealdade. Não é a toa que o senador hoje fala bem, mas amanhã ataca quem ele próprio elogiou. Denarium quem o diga.

Mecias é outro que decepcionou o roraimense. Especialista em acordos políticos, as pessoas apontam o senador como um ‘gestor paralelo’ dentro do governo Denarium. Assim, ele controlaria várias secretarias e companhias, como a Caer, por exemplo.

Conforme as denúncias, os órgãos do governo servem apenas para Mecias acomodar os seus cabos eleitorais, pouco se importando com o povo. Prova disso é que mesmo com os milhões que o governador mandou para a Caer, a falta de água e de estrutura na empresa é constante.

O Chico, então, nem se fala. O senador está todo enrolado com acusações de desvio de dinheiro público da Saúde. Em outubro do ano passado, foi vergonhosamente flagrado pelos federais com mais de R$ 33 mil dentro da cueca. A grana era para combater o Corona. Mais de 2 mil pessoas já morreram.

Só promessas

Enquanto nossos três senadores “torram” uma grana preta, do contribuinte, o roraimense espera aflito o preço da tarifa elétrica baixar com a chegada do linhão de Tucuruí. Nosso povo também aguarda a liberação do garimpo em terras indígenas. O descaso com o assunto gera prejuízos incalculáveis para as famílias que sobrevivem da atividade, para os povos indígenas e para o meio ambiente.

O problema é que nossos senadores só prometeram, mas até o momento não cumpriram nada. Então, é chegada a hora do povo refletir: os três valem quanto custam?

Álvares dos Anjos – cronista.

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