TUDO ENCENAÇÃO – Comissionados lotam convenção de Denarium

Evento no Parque Anauá foi a prova de uma prática criminosa que está se tornando comum em Roraima: pagar pessoas para lotar reuniões políticas

TUDO ENCENAÇÃO – Comissionados lotam convenção de Denarium
Entrada do Parque Anauá – Foto: Fabrício Araújo/Arquivo Roraima em Tempo

O que venho denunciando há meses se comprovou, ontem à noite, na caríssima festinha de convenção do partido de Denarium, que ocorreu no abandonado Parque Anauá. Usando nosso dinheiro, debaixo das barbas das autoridades, seu Antônio contratou milhares de cabos eleitorais, pagando-os com cargos comissionados no governo. Sem dúvida é uma nova modalidade de crime eleitoral em Roraima.

Para quem ainda duvida, o delito pôde ser visto de forma explícita, ontem, no Parque Anauá. Assim, para garantir o emprego, milhares de comissionados e outros reféns do emprego compareceram em massa ao evento. Mas apenas para fazer número e volume na foto. E nada mais.

A convenção foi a prova de uma prática criminosa que está se tornando comum em Roraima: usar dinheiro público no pagamento de pessoas para lotar reuniões políticas. É uma nova modalidade de crime eleitoral, como já disse, que seu Antônio aqui colocou em prática: pagar cabos eleitorais por meio de contratações de cargos comissionados.

É muito simples enxergar tal crime. Vossa excelência usa a máquina pública, emprega temporariamente milhares com cargos comissionados e assim consegue pagar e arregimentar seu exército de cabos eleitorais. Anteriormente, se comprava votos com a famigerada “boca de urna”. Mas hoje o crime se institucionalizou e todos vêem o delito, menos o MP e a Justiça Eleitoral, ao que se percebe.

“Incentivo” do governo

Durante a criminosa convenção, era comum escutar relatos de pessoas que diziam sem medo algum que estavam lá porque receberam um “incentivo” do governo, ou seja, R$ 150 para lotar o criminoso evento político.

Outros chateados, também comissionados, reclamavam porque foram obrigados a comparecer na convenção, pois se assim não fizessem perderiam o emprego no governo. Tanto é verdade que assim que Denarium terminou de falar, o Parque Anauá se esvaziou por completo, o que foi um alívio para os servidores reféns do medo de perder o emprego.

Diante dos números que os apresentadores de seu Antônio gritavam (começou em 30 mil, depois 40 mil e finalizou, segundo eles, em 50 mil), a convenção já pode ser considerada a mais cara do Brasil. É só fazer as contas: R$ 150 X 50 mil = 7.5 milhões, dinheiro do povo que Denarium “torrou” na sua festinha partidária.

Denarium, o centro das atenções

Outro ponto que a Justiça deveria observar. A convenção só serviu mais uma vez para fazer propaganda de Denarium, sempre no centro das atenções. Durante o evento, nada foi espontâneo e tudo foi devidamente ensaiado.

Até o beijo que o governador deu na primeira-dama foi sem graça e sequer despertou emoção na galera. A equipe de Comunicação do Palácio não saía de cima do palco, ditando o que o governador deveria fazer. Isso, sinceramente, causou insatisfação no público. Além disso, teve o atraso nas falas de Denarium, e nem todos puderam “vender seu peixe”.

Pior. Quem foi obrigado a comparecer ao evento, tinha que fazer tudo o que os marketeiros de Denarium queriam pra deixar a cena bem bonita. Tudo encenação, igual novela mexicana com final trágico, neste caso, para seu Antônio, em outubro próximo. Anotem aí.

Álvares dos Anjos – cronista.

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