O abate de bovinos no segundo trimestre de 2021 caiu 4,5% em comparação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, o abate de frango e suíno aumentou.
Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), divulgados na semana passada.
De acordo com o estudo, o aumento no abate de suínos foi de 7,1% e de 7,4% para o de frangos. No total, mais de 7 milhões de bovinos foram abatidos, enquanto os suínos somaram 13 milhões e os frangos 1,5 bilhão.
Além disso, outro dado é o aumento de 0,1% na produção de ovos, que passou de 975 milhões no segundo trimestre de 2020 para 977 milhões em 2021.
Em Roraima
Essa realidade também é sentida em Roraima. Conforme o presidente da Cooperativa Agropecuária de Roraima (Coopercarne), Nadson Pinheiro, o estado segue o cenário nacional.
“Devido ao aumento considerável na carne bovina, a população mais vulnerável voltou a comprar outras proteínas mais baratas, como frango, calabresa e ovo. Com isso, houve essa queda no abate, as vendas diminuíram e, consequentemente, o abate também caiu”, disse.
Bens substitutos
A compra de outros tipos de carne comentada por Nadson faz parte da lógica de mercado. É o que afirma o economista Paulo Henrique da Silva.
Ele fala que com a diminuição do poder de compra da carne, as pessoas buscam os chamados “bens substitutos”: frango, peixe, suínos, e outros tipos de carne.
Em outras palavras, os preços aumentaram por causa da inflação, mas as pessoas continuam com as mesmas remunerações.
Ou seja, o aumento pode vir somente em 2022, com o novo salário mínimo, e ainda dependa da inflação.
Paulo lembrou que, anteriormente, as pessoas migraram da carne de primeira para a carne de segunda, justamente por causa dos preços.
Aumento na carne bovina
O presidente Nadson Pinheiro adianta que para os próximos meses a situação deve ser semelhante. A causa está ligada com o período de chuva que se prolongou mais do que o esperado.
De acordo com ele, a chuva impacta na oferta da carne bovina, pois o pasto perde qualidade. Com isso, os bois também perdem.
Assim, os produtores preferem aguardar por mais tempo até que o gado recupere o peso ideal para a venda.
Por Samantha Rufino