Nesta terça-feira (16), é celebrado em todo o país o dia do Comerciante. A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), por meio do Procon, promove o crescimento responsável do setor e a conscientização de colaboradores, empresários e comerciantes, com ações, como visitas, panfletagem e palestras.
A ideia de promover tais iniciativas surge da necessidade de manter o comerciante sempre atento aos seus direitos e deveres e, também, aos de seus clientes, a fim de evitar problemas.
Segundo o diretor do Procon Assembleia, Aldo Carvalho, as ações servem, ainda, para mediar conflitos. O objetivo é que o comerciante esteja preparado para evitar ou saber solucionar possíveis problemas para que, assim, não prejudique seu negócio nem os consumidores.
“É muito importante fazermos esse tipo de trabalho, pois o Procon se aproxima cada vez mais desses comerciantes e, em uma eventual reclamação de consumidor, eles já estarão cientes do que é certo e o que é errado”, explicou.
O protocolo é eficiente e tem traz resultados positivos. Aldo reforçou que comerciantes atendidos pelo Procon Assembleia relataram que as instruções do instituto de defesa têm sido úteis na hora de atender aos clientes.
“Em junho, nós visitamos mais de 200 estabelecimentos comerciais. Estamos procurando ir a esses pontos para conversar com os comerciantes, explicar quais são os seus direitos e deveres dentro dessa relação de consumo”, concluiu.
Caso os comerciantes tenham interesse em procurar os serviços do Procon Assembleia, podem fazê-lo pelo telefone (95) 98401-9465 ou ir à sede do órgão, na Avenida Ataíde Teive, nº 3510 – bairro Buritis. Também é possível obter informações clicando no link.
Histórias que emocionam
Ernildo Nunes e Nara Cristina, pai e filha, são comerciantes. Eles têm negócios lado a lado e mostram que a profissão está no sangue da família.
Comerciante há cerca de 40 anos, Ernildo teve vários trabalhos, incluindo ajudante de pedreiro e descarregador de caminhão, até se encontrar no empreendedorismo. Com o supermercado, hoje localizado no bairro Bela Vista, ele sustentou a família e arcou com os estudos dos filhos.
A atuação como comerciante lhe rendeu, ainda, uma fábrica de temperos que exporta mais de 40 itens para todo o Estado.
“Eu não tenho estudo e sou semianalfabeto. Não tive oportunidade de estudar e precisei trabalhar em muitos lugares. Então não dá para imaginar outra coisa, porque com pouca sabedoria, com pouca inteligência e com pouco dinheiro, não dá para pensar em fazer muita coisa. É tocar essa vida aqui e sobrevivendo. O que eu pude fazer foi educar os filhos, dar uma família, um lar, um transporte e proporcionar conforto”, enfatizou.
Uma das filhas de Ernildo que também apostou em ser comerciante é Nara Cristina. Ela trabalhava como servidora pública quando adicionou uma segunda atividade à rotina ao trabalhar com venda de maquiagens há 15 anos. Depois, trabalhou vendendo roupas e semijoias.
“Eu falava que nunca iria ter loja física, mas eu tive que decidir, pois as vendas já estavam ocupando totalmente o meu tempo até dentro do trabalho como servidora. Após meu pai me oferecer o ponto, meu marido me incentivou dizendo que tenho potencial para gerenciar um negócio físico”, relembrou.
Nara deixou o emprego e atualmente se dedica exclusivamente à loja que leva o nome dela. A comerciante diz que é um trabalho árduo, mas que tem valido muito a pena desde então.
“Com certeza, todo dia é um novo desafio porque empreender não é fácil. Mas vale muito a pena ter autonomia para fazer as coisas acontecerem do jeito que você quer, do jeito que você acha que é o correto”, concluiu.
Crescimento do setor em Roraima
A data de nascimento do economista e político José Maria da Silva, considerado o patrono do comércio brasileiro, se tornou referência para criar o Dia do Comerciante, instituído pela Lei nº 2048 de 26 de outubro de 1953, e celebrado anualmente em 16 de julho no país.
Em Roraima há, pelo menos, 15 mil comerciantes ativos, entre pequenos, médios e grandes. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio).
De acordo com o economista da Fecomércio, Fábio Martinez, cresceu em 10% o número de empresas nos últimos três anos em Roraima. Os números mostram a potência do setor no Estado. Em Boa Vista, por exemplo, a maior parte da economia gira em torno do comércio, acima, inclusive, da administração pública.
“O setor é essencial para a nossa economia, isso porque a grande massa de servidores públicos necessita de bens e serviços que somente o comércio local pode suprir. Além disso, gera muitos empregos e acaba fomentando o desenvolvimento do nosso Estado”, afirmou.
Martinez acrescentou que o comércio tem crescido acima da média do PIB de Roraima e a tendência é a de que o setor supere economicamente a administração pública como um todo.
Fonte: Da Redação